Entidade pede que Brasil se posicione sobre situação de palestinos em Gaza

26/01/2008 - 14h22

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino classificou hoje (26) de tímida a posição do governo brasileiro relativa à situação enfrentada pelos palestinos que vivem na Faixa de Gaza, que estão com dificuldades de acesso à energia elétrica, água e comida.

Presente ao Dia da Mobilização e Ação Global do Fórum Social Mundial no Rio de Janeiro, a representante do comitê Maristela Santos pediu maior definição brasileira sobre o assunto. “Eu acho que está muito tímida a manifestação do governo brasileiro. A presidente Michele Bachelet, do Chile, foi para a televisão e disse que não dava mais para continuar a situação em Gaza. O governo Lula tem que fazer a mesma coisa, tem que ir para a mídia e falar para o mundo. O presidente Lula é muito respeitado na América Latina e tem que falar que não dá mais para permanecer o que está acontecendo em Gaza. É o verdadeiro holocausto do povo palestino”.

Maristela disse que os diversos comitês palestinos no Brasil estão enviando documentos ao governo brasileiro pedindo uma definição maior sobre a crise em Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos num pequeno território dentro de Israel, que também faz fronteira com o Egito.

“O nosso objetivo no fórum é levar o máximo de informação ao povo brasileiro sobre o que acontece hoje em Gaza. É uma tragédia humana de proporções difíceis de se imaginar aqui no Brasil. Gaza está cercada, não tem água, comida, nem emprego. Não tem remédio, os hospitais estão sem luz e o território está sendo bombardeado todos os dias pelos [helicópteros] Apaches israelense”, denunciou Maristela.

Por causa da falta de alimentos, moradores da Faixa de Gaza derrubaram esta semana trechos de um muro que os separam do Egito para comprar itens em cidades do país vizinho.