Doenças e assaltos estão entre os problemas enfrentados por carteiros, diz sindicato

26/01/2008 - 17h24

Daniel Mello
Da Agência Brasil
Brasília - Assaltos, câncer de pele, hérnia de disco e até doença do pânico são alguns dos problemas enfrentados pelos carteiros no  Brasil, de acordo com o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), Manoel Cantoara. Em todo o país, há 53.253 carteiros.

“Eu tenho dados de 2006, que são dados da própria empresa, no Brasil, do dia 1 de janeiro de 2006 ao 31 de outubro de 2006, houve 1,2 mil assaltos a carteiros em todo o Brasil. Desses, 617 assaltos foram no Rio de Janeiro”, conta o secretário.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro, de janeiro a novembro de 2007 ocorreram 703 assaltos a carteiros em todo o estado, principalmente na Baixada Fluminense e nas áreas metropolitanas.

Segundo o sindicato, os profissionais são alvo por causa de bens e valores transportados e, muitas vezes, ficam traumatizados, chegando a desenvolver a doença do pânico. Devido a esses traumas e outros problemas de saúde, o Rio de Janeiro tem cerca de 7,4 mil carteiros afastados de suas funções, equivalente a 15% do total de profissionais no estado.

Além de melhorias para amenizar os riscos da profissão, os carteiros reivindicam um plano de cargos e salários. “Como o trabalhador dos Correios passa 25, 30, 35 anos entregando carta, ele não tem condições de ter saúde. Então uma questão que nós reivindicamos muito é que o trabalhador dos Correios possa evoluir na carreira,” explica Manoel Cantoara.

De acordo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), todos os anos os carteiros brasileiros percorrem juntos o equivalente a 260 mil quilômetros pé, para entregar cerca de 32 milhões de objetos. Para Cantoara, esse papel faz com que o profissional seja um "personagem querido” pela população. Ontem (25), comemorou-se o Dia do Carteiro.