Índios mantêm detidos em Rondônia representante da ONU e procurador da República

09/12/2007 - 21h43

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Índios da etnia Cinta Larga mantêm detidas cinco pessoas naReserva Indígena Roosevelt, no leste de Rondônia. Entre elas o oficialdo alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra,David Martins Castro, e o procurador da República em Rondônia,Reginaldo Pereira da Trindade.De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Rondônia, delegado Sérgio Fontes, os dois, uma senhora (ainda não identificada), um motorista eum funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram impedidos dedeixar a reserva no sábado, após chegarem ao local para uma reunião aconvite dos índios."Já tomamos conhecimento de uma carta com oito exigências para aliberação dos detidos. Entre elas, suspensão de processos criminaiscontra os índios, retirada da Polícia Federal da região, recursos parasaúde e educação. Eles também se dizem contrários à regulamentação degarimpo em terra indígena, em debate no Congresso", conta Fontes."O momento agora é de negociação. E essa negociação é feita diretamentecom a Funai. Não estamos mobilizando grupo tático, nem nada que envolvaforça. Acreditamos que os detidos estão sendo bem tratados e que tudovai se resolver da melhor forma."Segundo o delegado da Polícia Federal, o presidente da Funai, MárcioMeira, irá para a Reserva Indígena Roosevelt nesta segunda-feira (10) com o objetivode ajudar nas negociações. Uma equipe com quase 40 policiais federaispermanece na região da reserva, onde já atuava parareforçar a fiscalização do território.O grupo tenta combater a extração ilegal de diamantes eevitar novos conflitos entre indígenas e garimpeiros, como o queocorreu no dia 7 de abril de 2004, quando 29 garimpeiros foramassassinados na reserva.