Ginny Morais
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O exame da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB), seccional de São Paulo, que seriarealizado hoje (9), foi suspenso por suspeita de fraude. O presidenteda entidade, Luiz Flávio Borges D´Urso, informou que vaipedir à Superintendência da Polícia Federal que ocaso seja investigado. Segundo ele, os 25 milcandidatos não serão prejudicados.FlávioD'Urso informou que a fraude foi denunciada no sábado (8). Eledisse que recebeu um telefonema - cujo autor não teve o nomerevelado para não atrapalhar nas investigações -alertando que um professor de cursinho teria revelado questõesque fariam parte da prova. O presidente daComissão de Estágio e Exame de Ordem, Braz MartinsNeto, única pessoa da OAB-SP que tem acesso ao conteúdoda prova, conferiu as oito perguntas fornecidas pelo professor decursinho e verificou que "duas faziam, realmente, parte daprova". Por isso, ainda no sábado, as provas foramsuspensas por quebra de sigilo", explicou o presidente daentidade.Está prevista para amanhã (10) uma reuniãoentre Flávio D´Urso e o superintendente da PolíciaFederal em São Paulo, Jaber Saadi. A OAB vai entregar todos osdados e pedir instauração de inquéritopolicial.O presidente da entidade também vai solicitar aoprocurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, que oMinistério Público Estadual acompanhe as investigações. Internamente, a OAB-SPvai abrir uma sindicância interna para apurar ovazamento."Esta foi a primeira vez que este tipo devazamento aconteceu em São Paulo desde a década de 70,quando começou a ser aplicado. Este exame tem se pautado pelaabsoluta seriedade, transparência e sigilo", garantiu.D´Urso. As novas datas para aaplicação das provas da primeira e da segunda fase doExame de Ordem ainda serão marcadas pela OAB-SP. Os candidatosserão convocados por meio de edital. "Não hácomo realizarmos a prova ainda este ano. Mas anunciaremos a data comantecedência", garantiu o presidente da entidade.Segundoinformações da OAB-SP, serão implantados novosmecanismos de segurança para os novos exames. Atualmente, asquestões são elaboradas por professores e advogados.Elas vão para um banco de perguntas, de onde o presidente daComissão de Exame da Ordem escolhe as que vão seraplicadas. Definida a prova, aOAB-SP entrega com 10 dias de antecedência à Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp),instituição responsável pela aplicaçãodo teste, que reproduz as cópias e lacra para fazer chegar aoslocais do exame."Há um contrato que estipula aobrigatoriedade do sigilo e a Vunesp é guardião dasprovas até ser distribuída aos candidatos",explicou Flávio D'Urso.Não é a primeira vezque ocorrem fraudes no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Emmaio deste ano, a Polícia Federal confirmou que houveirregularidades na prova aplicada em dezembro de 2006 no DistritoFederal.