Banco do Sul poderá aumentar concorrência entre instituições, diz Mantega

09/12/2007 - 19h07

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda,Guido Mantega, disse hoje (9) que o Banco do Sul poderáaumentar a concorrência entre as instituiçõesque já financiam projetos na América do Sul, como oBanco Interamericano de Desenvolvimento (BID)."O Banco doSul será mais um banco de financiamento que vai se somar aosdemais blocos que já fazem financiamentos para a Américado Sul. Estamos adicionando um pouco de concorrência também,o que é bom. Cada um deles vai querer baixar as taxas dejuros", disse Mantega, ao chegar à Embaixada do Brasil naArgentina. O Banco do Sul vaifinanciar projetos de desenvolvimento da região.De acordocom Mantega, "todos os países vão continuaroperando com o Banco Mundial, inclusive o Brasil, e com o BID, em quetemos assento".Mantega explicou que o banco fomentaráprojetos com retorno financeiro garantido. "É um bancoque tem que dar lucro. Não poderá funcionar a base desubsídios, não será direcionado para projetosque não sejam rentáveis", afirmou. Presidentesde sete países da América do Sul assinam esta noite aata de fundação do banco. Ainda não foi definidocom quanto cada país irá contribuir para o capital dainstituição. De acordo com oministro, o próximo passo será definir a forma decontribuição, como os empréstimos serãoconcedidos e o funcionamento da diretoria. Firmam a ata o Brasil,a Argentina, a Venezuela, o Uruguai, o Paraguai, o Equador e aBolívia. Mantega garantiu que a cota de contribuiçãobrasileira não sairá das reservas internacionais, mas doorçamento. O ministro não falou em valores.GuidoMantega negou que a instituição competirá com o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao ser indagado seo governo brasileiro via com ressalvas a idéia de criar umbanco sul-americano porque poderia diminuir a influência doBNDES na região, o ministro respondeu que o banco brasileiropoderá co-financiar projetos com o órgãosul-americano. "O BNDES poderáser parceiro dos programas com o Banco do Sul", afirmou. Deacordo com o ministro, o Banco do Sul não funcionarácomo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, obanco fomentará o desenvolvimento sul-americano e nãocontrolará desequilíbrios econômicos, como faz oFMI. "Teremos uminstrumento financeiro voltado diretamente para os nosso interesses enossas necessidades".