Presidente da Funai negociará libertação de cinco detidos por índios cinta larga

09/12/2007 - 23h19

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, está a caminho da Reserva Indígena Roosevelt, no leste de Rondônia, onde índios da etnia Cinta Larga mantêm cinco pessoas detidas. Meira irá negociar as exigências feitas pelos índios e a libertação dos reféns que estão na reserva desde o sábado (7), quando chegaram ao local para uma reunião a convite do índios. As cinco pessoas detidas são um oficial do alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU), David Martins Castro, o procurador da República em Rondônia, Reginaldo Pereira da Trindade, uma senhora (ainda não identificada), um funcionário e também o motorista da Funai.De acordo com superintendente da Polícia Federal em Rondônia, delegado Sérgio Fontes, representantes do Ministério Público mantiveram contato com os reféns e afirmam que eles estão bem. Fontes reafirma que a Polícia Federal não está mobilizando efetivo para esse evento, já que não considera a necessidade de uma ação de força.Entre as exigências dos Cinta Larga estão a suspensão de processos criminais contra os índios, retirada da Polícia Federal da região, recursos para saúde e educação. Eles também se dizem contrários à regulamentação de garimpo em terra indígena, em debate no Congresso. As exigências estão expressas em uma carta, de acordo com o delegado Sérgio Fontes.Uma equipe com quase 40 policiais federaispermanece na região da reserva, onde já atuava parareforçar a fiscalização do território. O grupo tenta combater a extração ilegal de diamantes eevitar novos conflitos entre indígenas e garimpeiros, como o queocorreu no dia 7 de abril de 2004, quando 29 garimpeiros foramassassinados na reserva.