Mulheres produtoras discutem estratégias de comercialização da agricultura familiar

08/12/2007 - 23h39

Camila Vassalo
Da Agência Brasil
Brasília - Mulheres produtorasrurais se reuniram em Brasília na semana passada para discutirestratégias de comercialização de produtos daagricultura familiar, no Seminário de Estratégias deVenda de Produtos da Agricultura Familiar. O evento reuniu mais de50 mulheres produtoras rurais de diferentes comunidades,representantes de movimentos sociais, organizações dasociedade civil e de empreendimentos econômicos solidáriosde mulheres. A coordenadora doPrograma de Promoção da Igualdade de Gênero, Raçae Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário,Andrea Butto, disse que no encontro foi feito um balanço daspolíticas de comercialização dirigidas àagricultura familiar e como estas políticas estão sendoestruturadas e operacionalizadas.De acordo com Butto, asmulheres participam da agricultura familiar, mas o seu trabalho épouco reconhecido. Geralmente, segundo a coordenadora, as mulheresentendem o seu trabalho como uma ajuda em função dafalta de reconhecimento da contribuição econômicaque elas têm no meio rural. “O governo estábuscando uma aproximação das políticas públicas,especificamente de comercialização, para fortalecer apresença das mulheres em organizações mistas,para que elas tenham informações suficientes sobreesses programas. Queremos encontrar uma estratégia de atuaçãojunto às organizações para que as mulheresacessem esses programas e garantam renda própria”, explicouButto.De acordo com o diretorde Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária doMinistério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), Dione Monetti,o governo tem feito um grande esforço para construir umaestratégia que fortaleça os instrumentos decomercialização dos empreendimentos de mulheres daagricultura familiar. “Estamos buscandomelhorar a forma de apresentação dos produtosproduzidos pelas mulheres e as estratégias de distribuiçãopara que possam sair das suas cidades e serem vendidos nos grandescentros urbanos. Não de forma individualizada, mas articuladostambém com outros empreendimentos de economia solidária.Chamamos esse processo de construção de estratégiasde comercialização em rede”, disse Dione Monetti.A Secretaria Nacionalde Economia Solidária do Ministério do Trabalho eEmprego, segundo Dione Monetti, realizou um mapeamento nacional daeconomia solidária e identificou em todo o país 22 milempreendimentos econômicos solidários. Os empreendimentoscoletivos, de acordo com o levantamento, reúnem hoje cerca dede 1,75 mil trabalhadoras em todo o país, com a característicade serem coletivos e produzirem uma diversidade de produtos, que vãodesde industrial a artesanal. O diretor do Senaes/MTEdisse que a comercialização foi apontada pelomapeamento da economia solidária no Brasil como a principalquestão a ser respondida para os empreendimentos econômicossolidários, que identificaram dificuldade no escoamento da suaprodução, no processo de fornecimento dos seus produtosaté o mercado, além de dificuldade do ponto de vistalogístico de como levar os seus produtos até a cidade,os grandes centros comerciais onde podem ser consumidos.