Tatielly Diniz
De A Voz do Brasil
Brasília - Em Xipaiá, naIlha do Marajó, no Pará, os cerca de 700 habitantes,que vivem do extrativismo do açaí, da pesca artesanal eda agricultura familiar, foram atendidos pelo programa Luz para Todos.Com a luz elétrica disponível, agora a comunidade vaimontar uma fábrica de produção de polpa de açaí.A exemplo de Xipaiá, ter luz em casa virou rotina paramais de seis mil famílias na Região Norte. Em suamaioria, são comunidades quilombolas, de pescadores e de deagricultores rurais que até então viviam à luzda lamparina.O programa, coordenadopelo Ministério de Minas e Energia com a participaçãoda Eletrobrás e de suas empresas controladas, leva a energiaelétrica até os domicílios de graça.Atécnica de Planejamento da Centrais Elétricas do Norte(Eletronorte), empresa responsável pela instalaçãoda luz elétrica no povoado, Thais de Paiva Melo, diz que alémde oferecer o acesso a luz, o programa também financiaequipamentos que podem ajudar na produção local. Cadacomunidade atendida pelo Luz para Todos recebe cerca de R$ 100 milpara compra de equipamentos."Quando essa comunidade recebe aenergia ela precisa desenvolver não só o necessário,mas inclusive pagar essa energia. A Eletronorte sabendo dessaresponsabilidade financia centros comunitários de produçãono sentido de proporcionar a essas comunidades geraçãode trabalho e renda", explica. O Ministério doTrabalho e Emprego é o encarregado de oferecer os cursos decapacitação. O coordenador geral de Fomento daSecretária Nacional de Economia Solidária, JorgeNascimento, que a comunidade Xipaiá recebeu capacitaçãopara fazer a polpa do açaí e logo deve se livrardosatravessadores."O grande problema lá éque eles estão na mão de atravessador, que entra láas 10 horas da manhã e só na volta é que ele dáalgum dinheiro para a comunidade, porque ele vai comercializarem Belém. Eles nem ficam sabendo por quanto ele vendeu nocontinente", diz Nascimento.O presidente da Associaçãode Moradores de Xipaiá, Silvio Miranda Bolção,diz que a chegada da luz foi a realização de um sonhopara muitos moradores e a expectativa é de mais geraçãode emprego e renda. "Melhorou muita coisa. O pessoal aumentousua renda, que era meio difícil", comemora Bolção.