Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, avaliou como "normal" a possibilidade de haver déficit em conta corrente no balanço de pagamentos do país a partir de 2009, caso o preço das commodities caiam em conseqüência da desvalorização da economia dos Estados Unidos."É normal que, na evolução do nosso balanço de pagamentos, o Brasil possa ter um pequeno déficit de conta corrente”, disse, após o Almoço Mensal do Empresário, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.Segundo ele, isso não envolveria "maiores problemas com o dinamismo da economia" pelo fato de o país contar com um volume expressivo de reservas internacionais."Mais importante ainda, pelo fato de termos adotado um regime de câmbio flutuante, que ajusta as nossas cotações de moeda em função, exatamente, das expectativas de fluxo”, acrescentou.Meirelles voltou a afirmar que a economia brasileira está sólida e crescente. E que o país está com a dívida pública em queda, com a inflação na meta, além de ter uma "forte dinâmica" de competitividade no mercado internacional.“O que é mais importante: com criação de emprego, aumento de renda e crédito. Portanto, com um crescimento fortemente impulsionado pela demanda doméstica, o que é muito importante neste momento em que há incertezas na economia internacional”.Mais uma vez, ele lembrou que, quando a economia era instável, os investimentos e os projetos eram insuficientes para um crescimento mais acelerado.“Hoje existe disponibilidade de capital. Os empresários estão implementando projetos, embora isso ainda seja um desafio. O Brasil precisa aumentar sua capacidade de produção. Essa é a grande questão do país. O investimento está aumentando, mas o nosso desafio é aumentar ainda mais”.Na avaliação dele, a economia vai bem porque o país pagou o preço de estabilizar a economia, e agora começa a recolher os dividendos dessa estabilidade. “Porque é isso que vai definir o nosso futuro. Isso é que vai decidir a continuação desse processo. Precisamos todos trabalhar para que a estabilidade econômica e a inflação baixa passem a ser um valor no Brasil, como já é em muitos outros países. E alguns países asiáticos estão aí para mostrar isso”.