Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O comandante geral da Polícia Militar do Pará, coronel Luiz Ruféi, disse hoje (23) que vai apurar as denúncias feitas por quatro entidades que representam trabalhadores rurais.Em nota, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), a SociedadeParaense de Direitos Humanos (SDDH), a Comissão Pastoral da Terra (CPT)e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Redenção acusam um grupo de policiais de cometer tortura contra lavradores e militantes de movimentos do campo.Os policiais, segundo as entidades, fazem parte da Operação Paz no Campo, deflagrada nesta segunda-feira (19), no sul do Pará.“Elas [as entidades] já nos encaminharam essas denúncias, e isso vai ser apurado. Inclusive, as pessoas que se disseram torturadas já foram encaminhadas para exame de corpo delito”, afirmou. “Seficar comprovado, há uma legislação que dá o tratamentoadequado para essas situações”.As entidades confirmam, na nota, que as pessoas foram encaminhadas para o exame pericial.Ruféi afirmou que o objetivo da operação é coibir grupos armados que, segundo ele, se “travestem de movimentos sociais para espalhar terror no campo".Ao todo, mais de 400 homens de diversas instituições de segurança pública estão na região. A previsão é que a ação se prolongue por um mês.De acordo com o coronel, quatro dos 22 mandados de prisão já foram cumpridos. Dentre eles, o do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria das Barreiras, Nivaldo Pereira Cunha. Na nota, as entidades pedem a libertação do sindicalista Sobre essa reivindicação, o comandante da PM diz a prisão não foi arbitrária, já que havia um mandado contra ele.“Existiu um mandado de Justiça para que ele fosse preso. Então, na verdade, foi uma prisão judicial, não uma prisão em flagrante. Quando nós chegamos na fazenda em que ele estava, a prisão dele já estava decretada pelo juiz da Comarca”.O coronel acrescentou que no mandado contra Nivaldo constam acusações de uso ilegal de armas e formação de quadrilha.