Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo deve priorizar quem ganha até três saláriosmínimos, e não a classe média, no créditohabitacional. A opiniãoé do integrante da direção nacional do movimentoUnião Nacional por Moradia Popular, Donizete de Oliveira,sobre a decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia doTempo de Serviço (FGTS), na última terça-feira(30), de criar linha de financiamento habitacional para trabalhadorescotistas do fundo com renda familiar superior a R$ 4,9 mil. Antes,esse valor era o limite de renda para crédito. "Todostêm de ter acesso à moradia, mas o governo tem que fazerprogramas para quem ganha de um a três saláriosmínimos", disse o representante do movimento popular, ementrevista à Agência Brasil. Oliveirajustifica que a população com renda mais baixa nãotem acesso aos recursos da Caixa Econômica Federal, queadministra o FGTS, por ter dívidas a pagar com entidades deproteção ao crédito.O déficithabitacional do país passou de 7,2 milhões, em 2000,para 7,9 milhões de moradias, em 2005, de acordo com estudorealizado pela Fundação João Pinheiro com dadosda Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005,a pedido do Ministério das Cidades. Entre as famíliasque ganham até três salários mínimos (R$1.140), o déficit cresceu de 82,5% para 90,3% nesse período,conforme o ministério. Foi registrada queda na faixa dapopulação com renda acima de cinco salários.O secretário do Conselho Curador do FGTS,Paulo Furtado, argumenta que a decisão não afetaráo volume de recursos do fundo para linhas de financiamento da moradiapopular.