Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Os trabalhos necessários para incluir o Amazonas entre asáreas livres de febre aftosa já começaram. A informação é dosecretário de Produção Rural do estado, Eron Bezerra. A meta, segundo ele,é alcançar esse patamar até 2009. Para alcançar a meta, Bezerra destaca o empenho no cumprimento das obrigações estabelecidas pelo Ministério daAgricultura, incluindo a realização de duas etapas da campanha devacinação contra a aftosa, e afirma que, também buscando oisolamento da doença, serão concluídos até dezembro o cadastramento eo mapeamento dos rebanhos existentes em seis municípios, bem como dasáreas onde vivem."O principal, nesta segunda etapa da campanha contra aftosa que começa hoje (1º), jáestamos fazendo e vamos concluir até dezembro. Trata-se docadastramento do rebanho de seis municípios. Vamos cadastrar egeorreferenciar todos esses animais e propriedades, o que é umaexigência do Ministério da Agricultura para que possamos avançar para oestágio de área livre de febre aftosa, que pretendemos alcançar até2009. Essa é a próxima etapa de nossa luta: tornar o Amazonas livre defebre aftosa", destaca.O cadastramento cartográfico das propriedades rurais está sendorealizado pela Comissão Executiva Permanente de Defesa Sanitária Animal eVegetal (Codesav) e ocorre inicialmente nos municípios deParintins, Barreirinha e Nhamundá. Segundo a Sepror, o Amazonas tem1.436.080 cabeças de gado atualmente.O secretário de Produção Rural do Amazonas afirma que a medida é adotada paralelamente à segunda fase da campanha contra a aftosa.Ele explica que, no Amazonas, a vacina é disponibilizada ao pecuaristapor um preço simbólico de R$ 0,60 que tem, sobretudo, um efeito decontrole, já que o lucro não é o alvo da ação. Ele também afirma que aaplicação da vacina é feita pelos técnicos vinculados à Secretaria deProdução Rural (Sepror) e aos seus órgãos vinculados, comoa Codesav."A vacina nos custa em torno de R$ 1,50, mas nós cobramos doprodutor uma taxa de R$ 0,60, que é muito mais para efeito de controledo que qualquer outra coisa. Mantemos esse valor para assegurar que apopulação vai ter uma larga escala de vacinação e cobertura vacinal. OAmazonas é o único estado brasileiro que entrega a vacina mediantepequena contrapartida. Nós praticamente doamos a vacina ao produtor etambém somos o único estado que vai em campo aplicar a vacina, o quenos outros estados é feito pelo produtor. O papel do órgão público éapenas fiscalizar, sem executar essa questão. Temos uma despesa deaproximadamente R$ 4 milhões em cada etapa da campanha. São cerca de R$8 milhões por ano para manter a coberturta vacinal neste patamar",declara.Para Bezerra, o esforço é necessário sob pena de trazer prejuízos emquantias maiores do que as investidas. Ele destaca a importância para o Brasil dasexportações de carne em 2006 e revela o empenho emcontribuir para afastar o perigo da aftosa no Amazonas, apesar de oestado não ser exportador do produto."Este é um recurso que vale a pena ser gasto porque nós estamostratando de 1,5 milhão de cabeças de gado. Se multiplicarmos essenúmero pelo preço médio de R$ 300 pago por cada cabeça, teremos R$ 450milhões, ou seja, temos um rebanho cujo valor chega a esse montante.Além disso, se houver um foco de aftosa no Amazonas, não será o estadoo principal prejudicadao, até porque nós não somos exportadores decarne. A carne que produzimos é consumida dentro do próprio estado. Ogrande prejudicado disso é o Brasil como um todo. Só no ano passado, aexportação de carne rendeu ao país 12 bilhões de dólares. Tudo issorevela o problema que teríamos se não houvesse uma cobertura vacinal eum controle rigoroso para o combate a aftosa", acrescenta.Segundo dados do Ministério da Agricultura, qualquer registro deaftosa causa impactos econômicos de grandes proporções em todo o país,interferindo diretamente nas exportações de carne e derivados de leite.A febre aftosa é uma doença contagiosa causada por vírus que provocaperda de peso e enfraquecimento por conta da falta de apetite e dadificuldade de mastigação em bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos esuínos. Dependendo do caso, os animais contaminados podem morrer ouadquirir com mais facilidade outras doenças. No Amazonas, o últimoregistro de febre aftosa ocorreu no Careiro da Várzea em 2004, quandosomente 60% do rebanho havia sido imunizado.