Acusados de fraudar INSS em estados do Nordeste começam a ser interrogados

01/11/2007 - 8h49

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Estarão sendo interrogadas,  por vários delegados da Superintendência da Polícia Federal(PF) em Pernambuco, 30 pessoas entre empresários, políticos, assistentes sociais,servidores da previdência e funcionários de financeiras. O grupo,acusado de integrar quatro quadrilhas especializadas em fraudar o InstitutoNacional do Seguro Social (INSS), foi preso durante a Operação Pucumã,deflagrada ontem (31) pela PF nos estados de Pernambuco,Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia. As diligências continuam.

Somente em Pernambuco, o número de envolvidos no esquema é de 30, sendo20 mulheres, principalmente de cidades do Agreste como Garanhuns, Águas Belas eItaíba. Entre os detidos está o ex- vice prefeito de Águas Belas, José CarlosBezerra, além da mulher e do filho dele.

Os procuradores da República Sérgio RodrigoPimentel, Rafael Ribeiro e Andréa Soares vão acompanhar os interrogatórios,analisar provas obtidas e decidir se apresentam ou não denúncia contra ossuspeitos.

Nas investigações preliminares ficou claro que os prejuízos aos cofrespúblicos chegam a R$ 2,5 milhões, mas segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, como as quadrilhas atuavam há 15 anos, essa cifra pode superarR$ 10 milhões.

Foram apreendidas carteiras de trabalho, CPFs e certidões denascimento. Os documentos falsos eram utilizados para obtenção indevida debenefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões. Além disso, asquadrilhas obtinham empréstimos consignados em empresas financeiras coma colaboração de servidores do INSS, que inseriam dados falsos dos seguradosno sistema de informações, em troca de pagamento pela participação na fraude.

 O superintendente da PF no estado, Jorge Pontes,  acredita que os acusados são culpados pelos delitos. “Já há contra essas pessoasprovas suficientes relativas à conduta criminosa e à materialidade dos crimes”, assegurou.

Os crimes investigados são formação de quadrilha, corrupção ativa epassiva, estelionato, falsidade ideológica e furto.  Os detidos serão encaminhados a unidades carcerárias do sistema prisional.