Felipe Linhares
Da Agência Brasil
Brasília - Depois de duas décadas com abertura depoucos postos de trabalho, a situação começa ase inverter. Quem afirma é o presidente do Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. Segundo ele, o crescimento econômico do país aumentou onúmero de empregos com carteira assinada, que em geral éo emprego que melhor remunera e protege o trabalhador. Para Pochmann, com o crescimento de algunssetores, por causa do investimento do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC), a tendência é existir mais procurapor trabalhadores qualificados e por conseqüência um saláriomelhor. “Isso certamente vai implicar em escassez de mão-de-obrae falta de trabalhadores de determinadas profissões”,alerta.O presidente do Ipea defende que énecessário criar empregos para pessoas com grau deescolaridade mais baixo. Os setores da construção civile de infra-estrutura, que recebem recursos PAC, foram destacados pelopresidente do Ipea como geradores de emprego.“Certamente são postos que absorvempessoas de menos escolaridade. Com [mais] investimentos tambémprecisam de pessoas mais qualificadas. Estamos conseguindo compor umaexpansão da economia que abre perspectiva de incorporar todosos níveis de escolaridade [ao mercado de trabalho]”.A procura por profissionais, segundo Pochmann, vaidepender do perfil da expansão da economia brasileira. Eledisse que se a expansão for em setores mais intensivos, comotecnologia, mais trabalhadores qualificados serão procurados.“Mas se ficarmos contaminados com atividades mais simplificadas evoltadas para exportação com menor valor agregado, nãonecessariamente o mercado vai procurar trabalhadores qualificados.”
Segundo Pochmann, o Brasil está “carente”de um sistema nacional de informação que integre todasas escolas formadoras de trabalhadores. “É um itemnecessário para mais trabalhadores em formaçãocom condições para ter acesso ao mercado de trabalho.”