ONU decide prorrogar mandato da missão no Haiti até outubro de 2008

12/10/2007 - 13h33

Aloisio Milani e Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Os paísesmembros do Conselho de Segurança das NaçõesUnidas (ONU) e os que integram a missão de paz no Haitidecidiram prorrogar a atuação até dia 15 deoutubro de 2008, com vistas a renová-la por novos períodos.O tema foi discutido nesta semana por diplomatas e representantes daONU, o que é uma prévia da reunião do Conselhode Segurança. A decisão será formalizada nasegunda-feira (15), último dia para renovar o prazo da forçade paz no Haiti, que está no país mais pobre dasAméricas desde junho de 2004, após a crise políticaque derrubou o ex-presidente Jean Bertrand Aristide.Em entrevista àAgência Brasil, o representante da missão do Brasil naONU, ministro Paulo Tarrisse, a renovação dá“tranqüilidade” para a continuidade do trabalho. “Antes dareunião do Conselho de Segurança propriamente dito, háuma reunião entre o secretariado e os amigos do Haiti, da qualo Brasil faz parte, onde são trocadas figurinhas sobre amissão de paz. E o resultado foi muito bom. A missãoserá renovada pelo período de um ano. Ou seja, essaquestão agora da renovação do mandato sóse colocará em outubro de 2008, o que dará um ano detranqüilidade para a missão de paz para desenvolver seustrabalhos no terreno”, disse.Atualmente, o Brasilnão integra o Conselho de Segurança. Os representanteslatino-americanos das cadeiras rotativas são Panamá e Peru. São osinterlocutores diplomáticos do Brasil sobre o tema. “A gentemantém um contato muito grande com eles no sentido demanifestar nossas opiniões e visões sobre o Haiti, alémde Argentina, Chile e demais países sul-americanos também.A Minustah congrega um misto de tropas de vários países,sobretudo de países da região. Então, nóstemos interesse no sucesso da missão”, afirmou Tarrisse. Umrascunho da resolução do Conselho de Segurançafoi discutido e aprovado na reunião prévia.Houve pequenas mudançasno perfil da missão. Uma delas será a reduçãode 140 soldados do limite máximo do contingente militar – de7.200 para 7.060 – e um aumento no teto do contingente policialpara 2.091. Essa era uma das recomendações do últimoinforme do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Naprática, isso não afetou o componente militar, porquenunca se chegou a 7.200. Na questão policial, foi aumentadaporque acredito que o problema hoje é muito mais de [garantiade] lei e ordem. A ONU pediu mais policiais porque eles têm umainteração maior com a população e têmoutro tipo de finalidade em relação ao componentemilitar”, explicou o diplomata brasileiro.O rascunho da resoluçãodo Conselho de Segurança, que será finalizado na segunda-feira (15), convida os países-membros daONU a adotar medidas, em conjunto com a Minustah, para enfrentar otráfico de drogas, armas e outras atividades ilegais. Tambémhá um pedido à missão para reforçar,junto à Polícia Nacional do Haiti, um a fiscalizaçãodas fronteiras marítimas e terrestres do país.Na discussãoprévia sobre a renovação do mandato da Missãode Estabilização de Paz das Nações Unidasno Haiti (Minustah), os representantes chineses defendiam seis mesesde mandato por conta de uma questão política. O Haitimantém relações diplomáticas próximascom Taiwan, região administrativa que têm conflitos coma China, além de abrigar movimentos independentistas. Odiplomata brasileiro explica que a situação gera,“evidentemente”, um “certo desconforto”. “Agora, ao mesmotempo, a China mantém um componente policial muito importanteno Haiti”, reiterou.