Fiscalização de fronteiras no Haiti não demanda grandes mudanças, diz general

12/10/2007 - 16h12

Aloisio Milani e Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - A recomendaçãodas Nações Unidas para ampliar a fiscalizaçãodas fronteiras haitianas deve trazer poucas alteraçõesna organização das tropas militares no Haiti. Ocomandante da força militar da ONU no Haiti, o generalbrasileiro Santos Cruz, afirma que a cobertura dos soldados jáatinge todo o país e que o monitoramento das fronteiras, paraapoiar o trabalho da Polícia Nacional do Haiti, nãoacarretará problemas logísticos.“Basicamente, adistribuição de tropa permanece a mesma. Se tiver quefazer alguma modificação para apoiar mais algum pontoque seja na linha costeira, seja na linha de fronteira, as unidadesmilitares elas têm uma logística muito forte e, parafazer um apoio de um pequeno grupo, para apoiar as açõesdo governo haitiano, da polícia haitiana, a gente nãotem necessidade de grandes desdobramentos”, explicou em entrevistaà Agência Brasil.Um dos integrantes damissão brasileira nas Nações Unidas (ONU), oministro Paulo Tarrisse, que adiantou o debate sobre a prorrogaçãoda missão no Haiti, explicou que a situação dopaís melhora gradativamente. Há sinais positivos naquestão da segurança, mas muitos pontos a seremenfrentados para estruturar a ação do Estado.“É precisorecompor o sistema de arrecadação fiscal do governo, épreciso que os parlamentares haitianos possam aprovar leis, épreciso que a Justiça haitiana possa ter condiçõesde dar vazamento aos seus dossiês, é preciso rever aquestão carcerária, é preciso rever a questãode assistência à população, épreciso levar o Estado para o interior do país”, disse,enfatizando que todas as questões estão sendodiscutidas.A Missão deEstabilização das Nações Unidas no Haiti(Minustah) responde atualmente por cerca de 7% do contingente totalde capacetes-azuis distribuídos pelo mundo em 19 missõesde paz autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU. O custode sua manutenção anual é de cerca de US$ 500milhões. No caso do Brasil, parte desse dinheiro das NaçõesUnidas reembolsa os gastos das Forças Armadas na missãode paz.