Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e Estados Unidosdevem chegar a um acordo pelo fim da bitributação (quando dois países submetemo mesmo contribuinte a um imposto da mesma espécie, por um mesmo produto.). Aexpectativa é do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, que se encontrou hoje com os ministros do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge, e da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com Gutierrez, oassunto deverá ser aprofundado amanhã (11), durante o Fórum de Altos Executivosde Empresas Brasil-Estados Unidos, que reunirá em Brasília 20 grandes empresários erepresentantes dos governos dos dois países. "O fato de termos umacordo sobre bitributação estimulará, ao longo do tempo, os investimentos emambos os países. Isso fará com que os investidores fiquem mais à vontade parainvestir, porque poderão evitar a penalidade da bitributação", comentou. A bitributação é uma dasprincipais dificuldades que o empresariado brasileiro encontra para a promoçãocomercial entre os dois países. Por isso, embora não esteja na programaçãooficial, o tema será levantado pelos brasileiros."Há negociações que estãoandando, e nós esperamos chegar a bom termo", afirmou o ministro Miguel Jorge.A decisão de criar o grupo foi tomada pelospresidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George Bush, durante encontro em marçode 2007, em Camp David, nos Estados Unidos. O objetivo é promover um maiorengajamento do setor privado no esforço conjunto dos dois países parafortalecer as relações econômicas e sociais.Para Gutierrez, esse estreitamento entreBrasil e Estados Unidos trará mais oportunidades para a população dos doispaíses. "Podemos aumentar as nossas relações comerciais", disse Gutierrez, após afirmarque existem hoje intensas parcerias. "Vemos as necessidades e muitas oportunidadespara fazer mais, criar empregos no Brasil, e criar mais oportunidades deinvestimento para os Estados Unidos".O secretário norte-americano também comentou sobrea Rodada Doha, realizada em Genebra, na Suíça. Para ele, o Brasil deve tomar aposição de líder entre os países emergentes e capitanear um acordo. "O Brasil tem uma liderança muito grande sobreos países em desenvolvimento e não pode perder essa oportunidade".Para ele, a Rodada Doha é uma oportunidadepara diminuir as desigualdades regionais. "Não podemos perder essaoportunidade, que é única. Esperamos que as decisões sejam tomadas, e os Estados Unidos vêem que existe um potencial e uma oportunidade nunca vistos em toda umageração, que não podemos perder". Quanto à sobretaxa cobrada sobre o etanol brasileiro – medida aprovada recentementepelo Senado norte-americano -, Gutierrez disse que foi "umadecisão parlamentar", mas que o governoestá trabalhando para que o álcool combustível se torne uma industrialglobalizada. "O que fazemos nesse ínterim é muito importante. A gente trabalhapara elaborar normas para contribuir com o desenvolvimento de um ramo industrialglobal para o álcool combustível. Buscamos desenvolver normas e padrões paraque este setor venha um dia a representar uma indústria em escala mundial."