Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O crescimento da economia brasileira foi um dos fatores responsáveis pelas tarifas de pedágio até dois terços abaixo do valor máximo apresentado no leilão das concessões de sete lotes de rodovias federais realizado hoje (9). A opinião é do presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Rezende.Segundo Rezende, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que deve encerrar o ano com crescimento em torno de 5%, tem se refletido no aumento do tráfego nas estradas, o que atraiu o interesse dos investidores. “É importante identificar que nos últimos meses tem se consolidado um nível maior de crescimento do PIB”, afirmou Rezende. “Isso é muito importante porque o fator mais determinante para fixação da tarifa é o volume de tráfego.”Para o presidente da ANTT, o mecanismo de fixação das tarifas deu-se de forma transparente, o que levou à transferência dos ganhos para o usuário. “A perspectiva de um crescimento maior, de um tráfego maior e a fixação de preços por meio de um processo mais transparente e mais competitivo leva à transferência desses ganhos para o usuário”, disse.Para o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos, a competitividade foi essencial na fixação dos deságios (tarifas abaixo do valor máximo) entre 27,17% e 65,43%. “Quando se estabelece um processo dessa natureza, com amplo grau de competição, o que se pode esperar naturalmente é uma boa disputa entre empreendedores e que resulta em tarifas com deságio”, disse.No total, 29 consórcios participaram do leilão de hoje (9) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O consórcio espanhol OHL arrematou cinco dos sete lotes postos à venda. Os outros dois trechos foram concedidos à empresa Acciona, também espanhola, e ao grupo BR Vias.Na avaliação do presidente da ANTT, o fato de seis dos sete lotes terem sido vendidos para empresas espanholas é prova da confiança dos investidores internacionais no Brasil. “É um dado curioso. Mostra o estrangeiro confiando e investindo no país”, declarou Rezende.O presidente do consórcio espanhol OHL, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, destacou a solidez do país. Ele também ressaltou a redução da taxa de juros como fator para apostar no Brasil. “Acreditamos nas nossas projeções. É uma previsão sensata, estudada, conferida”, afirmou.A OHL Brasil é subsidiária brasileira do grupo Obrascon Huarte Lain Concesiones, uma sociedade espanhola que atua na área de promoção de infra-estrutura. No Brasil, a empresa ocupa o segundo lugar entre os operadores privados de concessões rodoviárias e mantém quatro concessões no interior do estado de São Paulo: Autovias, Intervias, Centrovias e Vianorte.