Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Alcoana América Latina, Franklin Feder, minimizou hoje (10) adisputa pela área no município de Juruti, no oeste doPará, onde a multinacional instala projeto para a extraçãode bauxita (matéria-prima do alumínio). Afamília Valle Miranda e Abreu, a União, o governo doPará e a própria Alcoa alegam serem donos das terras,com reservas de bauxita estimadas em 700 milhões de toneladas.Ações sobre a posse da área correm na Justiçade Belém, Manaus e Brasília.Segundo Feder, essetipo de conflito é comum no Pará e não ameaçaos investimentos de US$ 5 bilhões no Brasil nos próximostrês anos. "É uma questão fundiáriaabsolutamente tradicional no Norte do país, principalmente noPará. Não é uma questão nova e nemespecificamente ligada à Alcoa. Todos os grandesempreendimentos, médios ou pequenos, enfrentam a questãofundiária", disse.O projeto da Alcoa, jáem fase de implantação, está orçado em R$1,8 bilhão. O início da exploração dominério está prevista para 2008, com produçãoanual de 2,6 milhões de toneladas.Feder, queacompanhou a audiência do presidente Luiz Inácio Lula daSilva ao presidente mundial da Alcoa, Alain Belda, disse que o gruponão tratou do assunto durante a reunião no Paláciodo Planalto. Ele preferiu falar sobre a demanda mundial por alumínio,puxada pelos mercados chinês, indiano e brasileiro. "Você tem250 milhões, 300 milhões de chineses que estãosaindo do campo para a cidade. Ao se urbanizarem, eles terãonecessidade de investir em infra-estrutura que consomem grandesquantidades de alumínio", disse, acrescentando que osaltos preços do cobre e do zinco têm aberto espaçoadicional para o alumínio.