Raphael Ferreira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Influênciado tráfico nas escolas, má alimentação, salários baixos foram alguns dos assuntos discutidos hoje (9) durante reunião entre representantes da Relatoria Nacional Para o Direito à Educação eprofessores da rede pública. A Relatoria representa umaarticulação de 60 organizações não-governamentais que pretende verificar as condições de ensinonas escolas públicas de favelas do Complexo do Alemão. Muitas dessas escolas suspenderam as aulas várias vezes desde maio, quando aPolícia Militar iniciou uma operação contra o tráfico de drogas. Hoje, representantes da Relatoria visitaram duas escolas municipais da Vila Cruzeiro, uma das comunidadesda região.
SegundoDenise Carreira, da Relatoria, a violência afeta diretamenteos estudantes: "Nós percebemos que a situação continuaainda muito tensa na Vila Cruzeiro. Alunos e professores continuam inseguros, atemorizados." Ela acrescentou que as visitas às escolas "têm sidoimportantes para que seja percebida a real gravidade da questão".
Diretora do Sindicato Estadual de Professores, GesaLinhares Corrêa culpou os governos municipal e estadual pela violência na região. "Lamentavelmente, está comprovado que o tráfico vem comandando o anoletivo das escolas", disse. Já a presidente da organização não-governamental Nasce Bem, MarisaNascimento, que participou da reunião, mostrou-se preocupada com aformação dos jovens moradores de comunidades sob forte repressão dotráfico.
"O pior é que no final do ano os alunos têm que ser aprovados, sabendo ou não a matéria da série", afirmou, em referência ao regime de aprovação automática instituídopela Secretaria Municipal de Educação.