Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A integração da sociedade civil organizada com os órgãosgovernamentais representa um diferencial positivo na luta contra o aumento doscasos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids em todo país. Aafirmação é do assessor técnico da Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Rubens Duda. Ele acredita que governosmunicipais, estaduais e federal precisam estar integrados e interagir com asociedade civil organizada."Desde o início da epidemia, a sociedade esteve presente e esse foi umdiferencial do sucesso da resposta, com a diminuição do número de mortes einternações, juntamente com a distribuição universal dos medicamentosanti-retrovirais", diz.Duda participou hoje (9) do 9° Simpósio Municipal deDST/Aids que começou ontem (8) e vai até amanhã (10) em Manaus. O objetivo édiscutir ações que promovam os direitos das pessoas vivendo com esse tipo dedoença na região. De acordo com o coordenador doFórum Amazonense da Sociedade CivilOrganizada em Aids, Fabrício Nunes, a atuação da sociedade civil se dá em várias áreas, massempre com foco na implementação de políticas públicas voltadas ao problema.De acordo com Nunes, os casos de DST e aids preocupam em todo Amazonas. Segundoele, dados da Secretaria de Saúde Estadual mostram que só neste ano, mais detrês mil notificações da epidemia já foram realizadas. O coordenador destacatambém a situação do município de São Gabriel da Cachoeira, que faz fronteiracom Peru e Colômbia."Os números crescentes assustam muito, principalmente na população jovem,que está altamente vulnerável ao HIV e à aids e por isso precisamos trabalharmuito ainda. Este ano, tivemos um aumento súbito. Só em Manaus já temos mais de3,9 mil casos registrados. Em Manaus concentram-se mais de 85% dos infectadosdo estado. Em São Gabriel, onde está localizada a tríplice fronteira - Brasil, Peru e Colômbia - estão 1/3das pessoas infectadas com DST. A situação é séria e com isso não se podebrincar", alerta.A coordenadora do Programa de Controle de DST/Aids de Manaus, Silvana Silva,afirma que o município está intensificando as ações de assistência às pessoas que vivem com o HIV através do atendimento qualificado nos postos de saúde e da distribuiçãode medicamentos para regiões no interior do estado. Segundo Silva, entre 2005 e 2006, houve uma diminuição no númerode casos da doença no estado."Isso aconteceu em função da ampliação da rede de diagnóstico e deassistência ao portador de HIV. Isso, por sua vez, ampliou o acesso das pessoasque vivem com HIV ao tratamento e logicamente possibilita a muitos nãodesenvolverem a doença e, a outros, a adesão ao tratamento", diz.Segundo dados do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, até junho deste ano, 180 milpacientes estavam em tratando a doença pelo Sistema Ùnico de Saúde (SUS), sendo6,5 mil da região Norte. Estima-se que, todos os anos, 33 mil novos casos sejamregistrados. No Brasil, a taxa de mortalidade causada pela doença é de, emmédia, seis pessoas a cada100 mil habitantes.