Paula Groba
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O relator da CPI doSistema Carcerário da Câmara dos Deputados, deputadoDomingos Dutra (PT-MA), disse hoje (9) ao visitar o ComplexoPenitenciário da Papuda, em Brasília, que apenitenciária pode virar modelo de organizaçãoem muitos aspectos, mas que os detentos, em sua grande maioria, aindaficam ociosos durante a maior parte do tempo. O deputado citou comopontos positivos a boa distribuição dos detentos, o queevita a superlotação das celas e as conseqüentesrebeliões, além da criação de oficinaspara artesanato, padaria e carpintaria. Foi constatado, no entanto,que 60% dos presos ainda não trabalham. A ociosidade dosdetentos foi considerada grave pelo deputado Domingos Dutra. "Éuma obrigação do Estado garantir trabalho aos detentos.Na medida em que eles não trabalham, são criadas váriasconseqüências negativas. Os presos também nãoestudam, e falta de estudo acaba dificultando qualquer tipo deressocialização e inserção no mercado detrabalho depois do cumprimento da pena", disse.A falta de assistênciajurídica aos presos também foi criticada. O relator dacomissão conversou com alguns detentos e revelou que 99%responderam que não têm conhecimento de seus direitos ouassistência de advogados defensores públicos.Atualmente, há apenas quatro defensores para 7.682 presos naPapuda. Nesta quarta-feira, aCPI visitará o presídio feminino de Brasília. Eno dia 18, a comissão visitará a Penitenciáriade Presidente Bernardes, em São Paulo.