Crescimento da indústria é sustentado e deve continuar, afirma ministro

09/10/2007 - 14h06

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge, afirmou hoje (9) que o crescimento da indústria nacional,observado desde o ano passado e ampliado em 2007, deve continuar, já que estáse dando em bases sustentáveis e com aumento dos investimentos.

Ele disse que o setor industrial avança para a utilizaçãomáxima da sua capacidade instalada, mas descartou a possibilidade de umfreio no crescimento, que poderia trazer consigo aumentos de preços, já que ademanda continua aquecida. “Ao contrário de períodos anteriores, quando oaquecimento da demanda era causado por fatores exógenos, ou pelos chamados choquesheterodoxos, agora é um crescimento sustentável", ressaltou o ministro.

Miguel Jorge lembrou que, pelo 14º trimestre, há crescimento sustentado na produção da indústria e no consumo. Entretanto, destacou o ministro, "nãose trata de feitiçaria, que faz com que num determinado momento aumente muito oconsumo e em outro caia, porque precisou conter a demanda com intervenções noprocesso". Segundo ele, tudo indica que o crescimento é sustentável e, por isso, épossível prever que continuará, pois todos os fundamentos macroeconômicosestão muito firmes. Para o ministro, tanto o governo quanto os segmentosprodutivos estão trabalhando para aumentar os investimentos, o que  permitirá manter a escalada de crescimento da produção. “Se analisarmos a balança comercial do último ano, veremos que, em todos os meses, a concentração das importações está se dando embens de capital, em máquinas e equipamentos, e isso tem se acelerado nosúltimos meses, principalmente em função do câmbio. As empresas estão importando, aumentando a capacidade produtiva, se modernizando.”De acordo com Miguel Jorge, a capacidadeprodutiva aumenta tanto pela expansão das empresas quanto pela mudança deequipamentos, que melhoram o nível de produtividade. Ele exemplificou com a indústria automobilística,que está usando praticamente toda sua capacidade instalada, mas vembuscando soluções para atender o aumento da demanda por bens de consumo nopaís, gerado principalmente pela redução na taxa de juros, que ampliou a ofertade crédito.

O ministro destacou que, juntas, montadoras efabricantes de autopeças, têm US$ 15 bilhões de investimentos planejados paraos próximos três anos, para que a capacidade instalada no país, que hoje é decerca de 3,5 milhões de veículos por ano, chegue a 5 milhões de unidades em quatroanos. Parte desses investimentos já foi contratada por meio definanciamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento de Econômico e Social(BNDES), acrescentou.

"Com 5 milhões, você tem capacidade, não sóde produção, mas de competir, muito maior do que a indústria tem hoje. Certamente opaís deve se abrir mais nos próximos anos, e essa abertura tem que fazer que nóssejamos mais eficientes.” O ministro informou que o dinheiro será aplicado em novosprodutos, na ampliação de parques industriais e de novas plantas (unidadesindustriais), cuja instalação já está sendo negociada junto a governos dosestados. Miguel Jorge disse que, até o final deste ano, o governo pretende ampliar ocapital do BNDES a fim de disponibilizar mais recursos para investimentos naindústria. O ministro fez as declarações depois de participar  do lançamento do novo portal do Insituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) na interntet, que traz mais opções de interatividade para os usuários do órgão. Na ocasião, foram apresentadas ao ministro as diretrizes do planejamento estratégico do Inpi para os próximos anos.