Relatório final da CPI poupa Infraero e Anac

03/10/2007 - 23h37

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relatório da CPI do Apagão Aéreo da Câmara foi aprovado hoje (3) por 14 votos contra seis. Foram contrários deputados do P-SOL, DEM e PSDB, que apresentaram votos em separado propondo, entre outras providências, o indiciamento de ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e daInfraero. Essas propostas foram rejeitadas.O relatório de Marco Maia (PT-RS) pedeapenas o indiciamento dos norte-americanos Joseph Lepore e Jan PaulPaladino, que pilotavam o jato Legacy que se chocou com um Boeing da Golem 29 de setembro do ano passado, causando a morte de 154 pessoas. Não foi pedido indiciamento dos cincocontroladores de vôo que trabalhavam no dia do acidente.O relator se defendeu de críticas do PSDB, DEM e P-SOL por ter poupado as antigas cúpulas da Anac e Infraero, dizendo que "não tinha base legal para fazê-lo, por não ter havido tempo para investigação mais meticulosa". Ele disse que recomendou que o Ministério Público e o TCU façam investigações onde couber.Os votos em separado pediram, em especial, o indiciamento de Denise Abreu, ex-diretora da Anac vítima de uma série de críticas após o acidente da TAM, ocorrido mais recentemente. O deputado Gustavo Fruet, representando o PSDB, propôs inclusive o indiciamento do assessor da Presidência da República Marco Aurélio Garcia "por atentado violento ao pudor". Ele foi flagrado pela TV Globo fazendo gesto obsceno para comemorar uma notícia sobre as investigações do acidente da TAM.Marcos Maia alterou o relatório, após questionamento dos partidos da oposição, quanto à questão da desmilitarização do controle de tráfego aéreo. Ao invés de propor análises, estudos e reflexões sobre o assunto, o documento reconhece enfaticamente a "necessidade da desmilitarização".