Presidente da SBPC pede regulamentação do uso de animais em pesquisas científicas

03/10/2007 - 17h40

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp, pediu hoje (3) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que encaminhe propostas ao Legislativo para regulamentação do uso de animais em pesquisas científicas e acesso à biodiversidade para desenvolvimento da ciência e tecnologia. De acordo com Raupp, a falta de regras nessa área impede o avanço das pesquisas nacionais. "Não temos no Brasil regulamentação adequada", afirmou Raupp, em reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no Palácio do Planalto, que discutiu o plano para o setor de 2007 a 2010.O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, presente à reunião, também defendeu a sugestão de Raupp e informou que já existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados sobre o assunto. "Acho que o governo podia apoiar para ver se consegue aprovar esse projeto de lei, que traria uma solução aos interesses do governo e da comunidade científica", disse. O Plano de Ações para Ciência e Tecnologia 2007-2010 tem quatro eixos: Expansão e Consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas; Pesquisa e Desenvolvimento em Ações Estratégicas e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social.A previsão é investir R$ 39,1 bilhões nos próximos quatro anos. Deste total, R$ 7,2 bilhões virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo informou o presidente do banco, Luciano Coutinho, que também integra o conselho.Os empresários e cientistas elogiaram a iniciativa do governo de criar um plano geral a longo prazo para o setor, ao contrário de planos curtos e específicos. Com o novo plano, a comunidade científica espera que o empresariado se interesse mais pelo setor, já que menos de 2% das indústrias nacionais desenvolvem produtos inovadores, conforme número citado pelos conselheiros. O pesquisador Expedito Parente, considerado o "pai" do biodiesel no Brasil, propôs a inclusão de ações combinadas de produção de biocombustível e alimentos. "Isso mata de uma vez por toda essa idéia de que o biocombustível possa contaminar, prejudicar o setor de alimentos. É uma mentira internacional que estão falando por aí", afirmou Parente, que coordena empresa de combustível alternativo ligada à Universidade Federal do Ceará. O presidente Lula cobrou a conclusão do plano para poder anunciá-lo nas próximas semanas, assim que voltar de sua viagem à África.