Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A presença defacções criminosas é um dos motivos dos altosíndices de criminalidade no Rio de Janeiro, apontados peloRelatório Global sobre Assentamentos Humanos, daOrganização das Nações Unidas. Aavaliação é do secretário estadual deSegurança Pública do estado, José MarianoBeltrame.Para ele, a violência explícita noRio é fruto da concorrência entre os grupos criminosos.“Além da criminalidade urbana que acontece nos grandescentros urbanos, nós temos aqui pelo menos três facçõescriminosas que se digladiam, o que aumenta muito a impressão ea sensação de criminalidade”, avaliou o secretário.De acordo com o relatório, divulgado naúltima segunda-feira (1º), a capital fluminense registramais que o dobro da média nacional de mortes por armas defogo, e, juntos, Rio e São Paulo (as cidades) sãoresponsáveis por mais de 50% dos crimes cometidos no Brasil. Além disso, o documento indica que a guerraentre traficantes, a invasão policial e a alta densidadepopulacional pioram a qualidade de vida nas favelas e que 30% dapopulação fluminense vive nestes aglomerados urbanos.Beltrame ressaltou que para avaliar os númerosdo relatório é necessário conhecer exatamentecomo os dados foram produzidos, em que circunstância econtexto, mas destacou que nos últimos meses as estatísticaslocais mostram redução dos índices decriminalidade. “O que eu posso dizer à comunidade éque os índices de criminalidade diminuíram nosprimeiros seis meses deste ano, em relação ao mesmoperíodo de anos anteriores. O que ocorre é eles sãomuito elevados. Diminuíram, mas ainda são muitoelevados”, comentou Beltrame.Sobre as freqüentes operaçõesnas favelas, apontadas pela ONU como motivo de piora na qualidade devida nas comunidades, Beltrame informou que elas vãocontinuar: “Se nós soubermos onde há ilícitosque nos permitam agir de uma maneira objetiva nós vamos lábuscar, é só isso. Não é políticade fuzil, não é política de violência. Oproblema é que, quando vamos retirar essas substânciasproibidas que estão nas mãos dessas pessoas, a políciaé recebida a tiros”. O secretário participou hoje (3), emBelford Roxo, na Baixada Fluminense da incineração de12 mil armas brancas e 1,5 tonelada de drogas como maconha e cocaína.As drogas foram apreendidas nos últimos dois meses emoperações das Polícias Civil e Militar doestado.Já as armas, que incluíam facas,punhais e espadas, além de revólveres de brinquedoutilizados para cometer crimes, resultaram de apreensõesrealizadas entre as décadas de 60 e 90. Elas tiveram adestruição autorizada pela Justiça este ano,junto com outras 80 mil armas brancas e de fogo que devem serincineradas até o final de 2007.Segundo informações da Divisãode Fiscalização de Armas e Explosivos da PolíciaCivil, existem ainda, no Rio de Janeiro, 280 mil armas apreendidasaguardando liberação da Justiça para seremdestruídas.