Conferência de Estadual de Saúde em Alagoas deve debater greve dos funcionários da área

03/10/2007 - 7h10

Isabela Vieira*
Repórter da Agência Brasil
Maceió - A 6ª Conferencia Estadual de Saúde de Alagoas começou na noite de ontem (2) diante de um quadro grave: 14 categorias de profissionais da área, com exceção dos médicos, estão em greve há mais de 40 dias.De acordo com o Movimento Unificado da Saúde, estão parados 8,5 mil servidores como terapeutas ocupacionais, dentistas, enfermeiros, assistentes sociais, de nível superior,  e técnicos de nível médio. Eles pedem reajuste de 40%, o mesmo valor concedido aos médicos no mês de agosto, ao final de uma greve que durou cerca de três meses.Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social - Saúde, Assistência e Previdência de Alagoas, Cícero Lourenço, os profissionais exigem a paridade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). “O justo é conceder mesmo valor dado aos médicos”, disse o administrador que também participava da conferência.O secretário estadual de saúde, André Valente, argumenta que não há remédio para resolver a situação em curto prazo. “Temos o sub-financiamento do setor e uma dívida de R$ 20 milhões do governo anterior”. Mesmo assim, explica que o governo negocia com as categorias.“Não existe um percentual único. Oferecemos um montante de R$ 2,6 milhões a serem pagos até abril de 2008”, disse. A proposta está aquém da reivindicação dos grevistas – a estimativa é de que o aumento ultrapasse R$ 5 milhões. Mas, para Valente, é o que o governo pode oferecer. “Não temos uma receita suficiente para chegar ao patamar solicitado”. Ele defende que a oferta é “justa” e está em consonância com o salário médio dos profissionais da saúde no Nordeste.Diante da situação, o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Benedito Alexandre de Lisboa, espera que os cerca de 800 participantes esperados para a conferência discutam formas de valorizar os funcionários da área e evitar que a greve se estenda ou se repita nos próximos anos. “A paralisação é conseqüência da irresponsabilidade dos gestores públicos na aplicação dos recursos e na  priorização dos trabalhadores do SUS”, concluiu Lisboa acrescentando que o controle social pode reverter esse quadro.