Comandante do Exército reafirma necessidade de mais recursos para reaparelhamento

03/10/2007 - 16h16

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Exércitobrasileiro deve receber dotação orçamentáriade R$ 2,628 bilhões, no ano que vem, dos quais R$ 2,069bilhões para gastos com custeio e R$ 559 milhões parainvestimento. O valor equivale a 0,10% do Produto Interno Bruto(PIB), soma das riquezas produzidas no país, e é muitopouco comparado à média de gastos militares no mundo,que é de 3,7% do PIB. Os números foram mencionados hoje(3) pelo comandante do Exército, general Enzo Martins Peri,que apontou necessidade de mais recursos para esse braço dasForças Armadas.Em audiência pública naComissão de Relações Exteriores da Câmarados Deputados, Peri enfocou as necessidades prementes de modernizaçãoe reequipamento da instituição, que nos últimoscinco anos teve orçamento ainda menor, variando entre 0,06% e0,08% do PIB nacional.Ele disse aos deputados que a injeçãode dinheiro, no ano que vem, “melhora consideravelmente asexpectativas do setor”. Mesmo assim, considera que os recursospoderiam ser ainda maiores, em razão da carência doExército, que, segundo apontou o militar, trabalha com 78% deblindados e veículos sobre rodas com mais de 34 anos e usafuzis fabricados há 42 anos.O comandante afirmou queum orçamento adequado para as necessidades do Exércitoseria de R$ 5,103 bilhões, considerando-se a necessidade deaproximadamente R$ 4 bilhões para a aquisição deblindados, armamentos, munições e investimentos empesquisa e tecnologia. Numa projeção de mais longoprazo, ele disse que o reequipamento também pode se dar emseis anos, com gastos médios de R$ 1,1 bilhão porano.Numa exposição longa e detalhada sobre asituação da área militar, o general ressaltouque “o Exército está bem aquém da estaturapolítica do país”, que tem 15.700 quilômetrosde fronteira seca com dez países vizinhos, a maioria dos quaisna Região Amazônica. E“mais importante do que estarpresente”, segundo ele, “é fazer-se presente, de formaefetiva”, o que significa estar bem aparelhado e apto para entrarem rápida operação, em casos de necessidade.Oexpositor recebeu diferentes manifestações de apoio dosparlamentares no que diz respeito ao encaminhamento da votaçãodo orçamento para 2008. O presidente da comissão,deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), repassou inclusive, ao general,cópia da ata da reunião em que a Comissão deRelações Exteriores explicita que os parlamentares“precisam garantir orçamento compatível com asnecessidades das Forças Armadas”.