Ouvidoria vai encaminhar acusações do MST contra policiais gaúchos

13/08/2007 - 21h28

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Ouvidoria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul deve encaminhar amanhã (14) um pedido à Corregedoria da Brigada Militar para apurar denúncias de suspostas violações de direitos humanos contra integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A decisão foi acertada hoje (13), após uma reunião com o MST, segundo o ouvidor-geral de Segurança Pública do estado, Adão Paiani.Na última quinta-feira (9), uma audiência pública marcada para discutir a questão fundiária, na cidade de Pedro Osório, a 305 quilômetros da capital gaúcha, terminou em conflito entre policias, MST e produtores rurais ligados à Federação gaúcha da Agricultura (Farsul). A reunião havia sido marcada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.Hoje, o ouvidor-geral de Segurança Pública disse que recebeu depoimentos dos integrantes do MST e algumas fitas de vídeo e fotos produzidos pela imprensa local. Durante o incidente, cerca de 20 agricultores do MST saíram feridos e outros seis foram presos. De acordo com a Brigada Militar, um policial também precisou ser internado e na contagem do ruralistas seis produtores foram agredidos.“Vamos encaminhar o material a Corregedoria, ao Comando da Brigada Militar e à Secretaria de Segurança Pública do estado”, afirmou o ouvidor. “Depois, vamos acompanhar para que as investigações tenham isenção e para que os eventuais responsáveis por excessos sejam punidos”, completou. O ouvidor espera a instauração de uma sindicância pela Corregedoria em 45 dias. No caso da constatação de excessos, explica que os militares podem até ser excluídos da corporação.O Ouvidor disse também que vai encaminhar as denúncias a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). E marcou para a próxima segunda-feira (20) uma reunião com representantes do Ministério da Justiça, Ministério Público Federal e Estadual e da Secretaria de Segurança Pública. O objetivo é discutir o incidente e evitar que a situação se repita em outros pontos de tensão agrária no estado, como as cidades de Nova Santa Rita, São Gabriel e Coqueiros do Sul.