Delegação de atletismo é uma das mais fortes da história, diz Comitê Paraolímpico

13/08/2007 - 20h17

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A delegação brasileira de atletismo nos Jogos Parapan-Americanos é considerada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) uma das mais fortes da história. Dos 50 atletas, 21 estão entre os primeiros colocados no ranking mundial e seis têm recordes mundiais. Na lista dos atletas, chama atenção o fato de haverem competidores de todas as regiões do país.De acordo com o coordenador técnico da equipe, Amaury Veríssimo, o CPB incentiva o esporte nas cinco regiões brasileiras por meio do projeto Paraolímpicos do Futuro, em que professores ligados ao comitê fazem palestras a professores de educação física de todos os estados do país.Na avaliação de Veríssimo, a explicação para tamanha diversidade na origem dos atletas está no Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico. Criado há dois anos, o torneio é promovido pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro e oferece disputas em duas modalidades esportivas: atletismo e natação."São competições divididas em cinco etapas por todos os lugares do país. O circuito é o que está conseguindo fazer com que as pessoas portadoras de deficiência percebam que existe o esporte".Foi em 2005, ao disputar o circuito, que a mineira Terezinha Guilhermina se tornou velocista profissional. Ela, que é recordista mundial nos 100 e 200 metros, fez hoje (13) o melhor tempo nas eliminatórias dos 100 metros rasos, no Estádio Olímpico João Havelange, conhecido como Engenhão.Para chegar à seleção brasileira, os atletas precisam passar pelas associações de pessoas com deficiência. Foi esse o caminho percorrido pela atleta alagoana Sônia Gouveia. Hoje ela conquistou a primeira medalha do Brasil no Parapan. Com a marca de 8 metros e 22 centímetros, ela garantiu a medalha de bronze no lançamento de dardo."Na minha família todos eram atletas. Eu também sentia vontade de ser atleta, mas não sabia que existia o campeonato paraolímpico", disse. "Foi através da associação que eu consegui chegar até o esporte", contou Sônia, que teve poliomielite com pouco mais de um ano de idade. Ela começou a praticar atletismo aos 28 anos, em 1886.Foi também por uma associação que o velocista mato-grossense Lucas Prado começou a praticar esportes. Hoje ele baixou o tempo do recorde mundial dos 100 metros rasos. Ele treina no atletismo há um ano e meio. Indicado por um amigo, procurou a Associação Mato-grossense de Cegos para praticar esportes coletivos."O esporte era a única coisa que eu gostava depois que eu perdi minha visão. Mas acabei indo para o esporte individual, que exige mais de mim do que dos outros atletas", afirmou Lucas, que agora treina em Joinville (SC).