Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) entregou hoje (2) à Polícia Civil pedido de instauração de inquérito para apurar a procedência de imagens, divulgadas via internet, de corpos de vítimas do acidente com o Airbus A320 da TAM, no dia 17 de julho. “Alguém teve acesso ao local [do acidente], o que é um uso absurdo da exploração da dor do outro. Não podemos permitir a apologia da dor, da morte, do crime”, disse Rose Nogueira, presidente do Conselho, que anexou ao pedido 15 fotos de corpos queimados e do local do acidente. "Fazer isso é contra a lei e fere os direitos humanos", acrescentou. Na noite em que ocorreu o acidente, a área foi cercada e, em princípio, apenas profissionais de jornalismo e de entidades públicas tiveram acesso ao local. Segundo Rose Nogueira, as fotos foram feitas a pouca distância e os corpos ainda não haviam sido acondicionados para envio ao Instituto Médico Legal. “Pedimos à polícia que resguarde o direito das famílias e dos nossos olhos diante de uma tragédia, de uma grande dor, da exploração visual desta dor. É a banalização da morte da pior maneira possível e o crescimento da violência se dá também por isso, porque as pessoas vão ficando dessensibilizadas”, afirmou.A presidente do Conselho informou que o delegado-geral da Polícia Civil paulista, Mário Jordão Toledo Leme, já encaminhou a investigação para a delegacia de crimes na internet. “Se existe um crime, a gente tem o dever de fazer a denúncia", disse.