Governos defendem ações urgentes para alcançar metas do milênio

02/08/2007 - 20h43

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unidos e outros nove países temem não alcançar as metas do milênio, traçadas para 2015. Em declaração conjunta divulgada na última terça-feira (31), nações desenvolvidas e em desenvolvimento reconhecem que não estão no caminho certo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. “Temos apenas mais sete anos – o que é pouco para mudar a vida de milhões de pessoas em nosso planeta, tirá-las da pobreza extrema e oferecer-lhes a oportunidade de aprender, ter saúde e ganhar o suficiente para manter suas famílias”, diz o documento. “Precisamos de ações urgentes para alcançar o desenvolvimento se quisermos que o mundo volte para o caminho certo”, ressalta.

A preocupação foi manifestada pelo primeiro ministro inglês, Gordon Brown, em discurso na Organização das Nações Unidas, na terça-feira (31). As declarações motivaram a elaboração do documento endossado por chefes de Estado e de Governo do Brasil, Japão, Comissão Européia, Reino Unido, Alemanha, França, Portugal, Índia, Noruega, Itália, Portugal, Espanha e Gana.

As lideranças propõem a realização de uma reunião das Nações Unidas em 2008, com a presença de governantes e representantes do setor privado, da sociedade civil organizada e de grupos religiosos, para passar em revista o progresso alcançado nos últimos 12 meses e acelerar a tomada de ações. A proposta foi apresentada inicialmente por Gordon Brown e apoiada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

“Precisamos mobilizar todos os nossos esforços tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento”, diz o documento conjunto, destacando que a oitava meta do milênio previa o estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento. “Chegou a hora de todos nós cumprirmos com essa promessa”, afirmam os governantes.

Os chefes de Estado e de Governo declaram, ainda, seu compromisso com a “urgência do desenvolvimento”, admitem que cada país, individualmente, não pode fazer as mudanças necessárias, e comprometem-se a agir em parceria. “Acreditamos que, agora, é necessário um esforço internacional que potencialize o poder de todos: do setor privado, dos indivíduos, dos consumidores, dos grupos religiosos, das cidades, da sociedade civil organizada, assim como de todos os governos, do Sul e do Norte, para trabalharem juntos no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, diz o texto. “Somente por meio de uma ação conjunta, em uma parceria genuína, poderemos ter êxito”, concluem os governantes.

Endossam a declaração o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe; o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso; primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown; o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush; o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper; o presidente de Gana, John Agyekum Kufuor; a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi; o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh; o primeiro-ministro português e presidente do Conselho da União Européia, José Sócrates; o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg; e o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.