Para aliviar crise em Pernambuco, hospitais da Paraíba e do Ceará receberão pacientes do estado

02/08/2007 - 11h10

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A partir de hoje (2),as vítimas de lesões ósseas causadas por atropelamentos e de acidentes de moto ou automóveis que procurarem atendimento emergencial nos hospitais públicos dePernambuco não ficarão sem assistência médica por falta de especialistas.Uma parceriafirmada entre o governo do estado e os governos da Paraíba e do Ceará vaipermitir que os pacientes graves sejam removidos paracentros hospitalares de João Pessoa eCampina Grande (PB) e de Barbalha (CE) nas Unidades de Terapia Intensaiva (UTIs) de helicópteros daPolícia Rodoviária Federal e do Serviço Móvel de Urgência (Samu).Em João Pessoa, o HospitalGeral de Traumas receberáos pacientes da Zona da Mata e do Agreste pernambucano. Os pacientes do Sertão vão ser atendidos emdois hospitais públicos na cidade cearense de Barbalha. Em Campina Grande, o hospital Antônio Targino oferecerá as vagas nos serviços de urgência.A medida foi anunciada pelo secretário de Saúde de Pernambuco, JorgeGomes. Segundo ele, a ação é uma alternativa para superar a criseinstalada no estado há duas semanas,quando médicos de várias especialidades pediram exoneração dos cargos,alegando receber salários defasados e cumprir jornadas estrassantes detrabalho, com falta de equipamentos e medicamentos.De acordo com o governador Eduardo Campos, a situação chegou no "limite" depois da recusa dos médicos em aceitar a proposta de aumentode 7% no salário-base, melhoria na gratificação dos plantões e implementação deum plano de cargos, carreiras e vencimentos."Sempre dialogamos com representantes da classe médica. As propostas, intermediadas pela Assembléia Legislativa, nem chegaram a serdebatida na assembléia da categoria. Queremos negociar, mas precisamos também cuidar da população”.Ontem (1º), 19 cirurgiões do Hospital da Restauração pediramafastamento das funções. Oficialmente, 60 médicos estão demissionários. Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco, mais de 250 profissionais entregaram cartas com intenção de deixar o trabalho no serviço público.