No Senado, direção da CPI critica divulgação de dados na Câmara

02/08/2007 - 17h45

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo criticaram a decisão da CPI sobre o mesmo tema na Câmara de divulgar a degravação dos diálogos da cabine de comando do Airbus 320. "À medida que damos pressão, entregando um dado sigiloso da nossa responsabilidade, damos a impressão que a causa do acidente é proporcionada por A ou B e contrariamos mandamento constitucional", ponderou o relator da CPI no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO).Demóstenes considera que as CPIs devem dar visibilidade ao tema da crise aérea. "Mas sem contrariar a Constituição, as leis e o bom senso". O presidente da CPI no Senado, Tião Viana (PT-AC) lembrou que o Brasil é signatário de uma convenção internacional que determina o sigilo dos dados da caixa-preta. A violação desse tratado pode caracterizar quebra de decoro, segundo Demóstenes Torres. O vice-presidente da CPI, Renato Casagrande (PSB-ES), cobrou apuração do vazamento das informações. "Isso precisa ser apurado e as gravações não podem ser publicadas. É preciso que isso seja apurado com responsabilidade e equilíbrio muito grande para que não transformermos isso num debate político".