Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os metroviários de São Paulo podem continuar amanhã (3)a greve iniciada a zero hora de hoje. Às 14h45, está prevista uma audiência deconciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para discutir a paralisação. O presidente do sindicato da categoria, Flávio Godoi, espera que a Justiça apresenteuma solução para o impasse em torno do pagamento do abono relativo àParticipação nos Lucros e Resultados da empresa (PLR).Os trabalhadores reivindicam o pagamento imediato de R$ 1,8 mil, mas a Companhia Metropolitano de São Paulo (Metrô) limitou aoferta em R$ 800, a serem pagos em setembro. “Seriam beneficiados apenas aqueles que ocupam cargosde chefia e, portanto, têm maiores ganhos”, disse Godoi. Ele criticou o fato de adiretoria do Metrô ter colocado 60% dos trens em circulação, abrangendo a linhal (na ligação Norte e Sul, entre os bairros de Tucuruvi e Jabaquara) e umtrecho do ramal da Paulista, entre as estações Ana Rosa e Clínicas. para o sindicalista, a empresa cometeu desvio de função e quebra decontrato.Godoi insinou existir risco aos passageiros por causa do trabalho de profissionais inexperientes. "Estamos entrando com umarepresentação junto à DRT [Delegacia Regional do Trabalho] pedindo aconstatação para saber se esses profissionais estão ou nãohabilitados a trabalhar”.Em reação, a diretoria da empresa divulgouuma nota, classificando as declarações de Godoi de "leviana e oportunista". “A afirmação do presidente [do sindicato da categoria] de que o Metrô opera compessoal inabilitado não corresponde à realidade. É é leviana,inconseqüente e oportunista, sendo de sua exclusiva responsabilidade”.Para minimizar os efeitos da greve, a secretaria Municipal de Transportes acionou o Planode Atendimento Emergencial Às Empresas, com um reforço de 120ônibus à frota em circulação. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, onúmero de unidades cadastrados atinge cerca de 14,9 mil.