RCTV volta ao ar na Venezuela, via cabo e satélite

16/07/2007 - 19h47

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Fora do ar desde 27 de maio, quando teve a concessão para canal aberto encerrada e não renovada pelo governo venezuelano, a emissora privada de televisão RCTV iniciou hoje (16) suas transmissões por cabo e satélite, informa a ABN, agência oficial de notícias da Venezuela.Com o nome RCTV Internacional, a emissora, que era a mais popular do país, pode ser vista na Venezuela através dos sistemas Intercable, DirecTV, Net-uno e Planet. O presidente Marcel Granier diz estar em negociações com outras empresas para expandir o sinal a mais países da América.As transmissões foram iniciadas com informação, opinião e um editorial. Durante o tempo em que esteve fora do ar, a RCTV não parou completamente suas operações, já que vendeu alguns programas para vários países do continente, segundo a ABN.O canal 2, ocupado antigamente pela RCTV, transmite atualmente a TVes, primeira estação de serviço público do país e com programação composta quase totalmente por produções nacionais independentes, de acordo com a Agencia Bolivariana.O ministro do Poder Popular para as Relações Interiores e Justiça, Pedro Carreño, concedeu entrevista hoje e disse que a volta das transmissões da RCTV mostra que o governo não tolhe nenhum direito.“O Estado venezuelano garante liberdade de expressão em todo momento”, afirmou o ministro. Para ele, há “uma grande carga de manipulação em dizer que é antidemocrático, inconstitucional e ilegal que o Estado se reserve o direito de não renovar esta concessão”.Carreño se referiu ao tema ao ser consultado sobre as declarações de Marcel Granier a respeito da situação dos equipamentos da emissora, em poder do Estado por determinação do Tribunal Supremo de Justicia (TSJ). No dia 4 de julho, Granier afirmou que a sentença constitui um “nefasto precedente” para o estado de direito na Venezuela.Numa entrevista concedida semana passada, o dono da RCTV afirmou que a emissora seguirá lutando para recuperar o sinal aberto. A ABN alega que foi impedida de participar da coletiva, assim como os também estatais Radio Nacional de Venezuela (RNV) e Venezolana de Televisión (VTV).