Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - A baixa execução do orçamento federal destinado às políticaspúblicas nas comunidades quilombolas também afeta as ações relacionadas à educação. De acordo com levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), entre 2004 e 2006, deixaram de ser aplicados pelo Ministério da Educação nas comunidade quilombolas R$ 2,5 milhões.Este ano, até o dia 13 de junho, o ministério ainda não havia gasto nenhuma parcela dos R$ 5,1 milhões previstos para ampliação da rede escolar, apoio a formação de professores e distribuição de material didático.De acordo com um dos representantes Coordenação Nacional das Comunidades Negras RuraisQuilombolas (Conaq), Oriel Rodrigues, atualmente, apenas uma comunidade tem educadores específicos para reforçar a culturaquilombola: Conceição das Criolas, emPernambuco. "A educação láé voltada para a comunidade negra mesmo ", conta Rodrigues.Segundo ele, é difícil implementara educação para crianças negras, principalmentenas comunidades, pois não há material e pessoascapacitadas para entender a realidade quilombola. "Écomplicado trabalhar com material fora da realidade das criançasnegras, pois só se vê crianças brancas noslivros. Exemplo disso são as personagens Branca de Neve e BelaAdormecida." Dos R$ 92,4 milhões previstos para ações em comunidades quilombolas em 2007, até agora, o governo só liberou R$ 5,9 milhões, ou seja, 6,39% do total. Além da educação, ainda não receberam verbas as ações de atenção à saúde, capacitação de agentes representativos, apoio ao desenvolvimento sustentável e pagamento de indenização aos ocupantes de terras demarcadas.