Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A soma das riquezas produzidas no país, conhecida como Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 4,39% neste ano, de acordo com a perspectiva de analistas de mercado ouvidos por pesquisa do Banco Central na última sexta-feira (13). A estimativa reflete sensível melhora em relação à projeção de 4,33% na semana anterior, e se aproxima da meta de 4,50% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Os dados constam do Boletim Focus, divulgado hoje (16) pelo BC. A pesquisa indica crescimento do PIB também no ano que vem, com a projeção passando de 4,14% para 4,20%. A correção para cima reflete em parte a melhoria na perspectiva de crescimento da produção industrial, que aumentou de 4,35% na semana anterior para 4,50%, tanto neste ano quanto em 2008.Os especialistas consultado mantiveram, porém, os mesmos indicadores de equivalência para a dívida líquida do setor público em relação ao PIB. Eles calculam que a relação dívida/PIB chegará ao final deste ano em torno de 43,90%, com possibilidade de descer a 42% até o final de 2008. Isso significa dizer que quase metade de tudo que o país produz está comprometido com o pagamento da dívida.Os analistas de mercado também se mostraram mais confiantes em relação ao saldo da balança comercial (exportações menos importações). Eles estimam que o saldo deste ano será de US$ 43 bilhões, e não mais os US$ 42,60 bilhões projetados na pesquisa anterior; e também melhoraram a perspectiva de saldo para 2008, que era de US$ 36,05 bilhões e passou para US$ 37 bilhões.Segundo ele, o movimento é suficiente para garantir mais de US$ 11 bilhões este ano no saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. Como a projeção de saldo comercial é menor para 2008, eles também calculam saldo de conta corrente menor, em torno de US$ 5 bilhões no ano que vem.A pesquisa do BC também revê a expectativa anterior para a entrada de investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo, aumentando-a de US$ 20 bilhões para US$ 21,50 bilhões, num cenário em que o dólar norte-americano termine 2007 cotado a R$ 1,90 ante projeção de R$ 1,92 na pesquisa da semana passada.Quanto à taxa básica de juros (Selic), hoje de 12% ao ano, os analistas apostam em redução para 11,50% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza amanhã (17) e depois (18). A expectativa geral é de que a taxa continue em queda, de modo a encerrar 2007 em 10,75% e cair para 9,75% até o final de 2008.