Trabalhadores da construção de São Paulo ameaçam nova greve e criticam "precarização"

12/03/2007 - 20h08

Gabriel Corrêa e Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) pediu hoje (12) ajuda ao Ministério do Trabalho e Emprego em sua luta para evitar a precarização do setor. Parte dos trabalhadores do setor em São Paulo fizeram uma greve para pedir melhorias nas condições de trabalho. O pedido foi feito em encontro entre o presidente desse sindicato, Antônio Ramalho, e o ministro Luiz Marinho.Os trabalhadores da construção civil estão em campanha contra a precarização do setor, em razão da terceirização do setor pelas construtoras, que estão contratando mão-de-obra por meio de outras empresas. Eles reclamam da supressão de direitos legais. Segundo o Sintracon-SP, a paralisação iniciada na semana passada teria atingido 170 mil trabalhadores, 65% da categoria na capital. Ela foi interrompida no último dia 10, após anúncio de que Marinho aceitara reunir-se com os sindicalistas, o que ocorreu hoje.“Pela primeira vez, nós estamos vendo o trabalhador fazer greve por causa de precarização. Nós sempre havíamos feito greve por aumento”, disse Ramalho. Ele informou que a greve continua suspensa, mas poderá ser reiniciada se não houver avanço nas negociações com o e o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-SP). Ainda não há data prevista para uma nova rodada de conversações.“Há um processo flagrante de terceirização, de desrespeito aos direitos dos trabalhadores”, disse Marinho. “O setor tem responsabilidade de responder a isso, pois tem recebido bastante benefício na retomada do crescimento do país”. Caso não haja acordo entre as partes, Marinho prometeu aumentar a fiscalização e autuação por parte do ministério no setor da construção civil. Ele também afirmou que pretende estimular o diálogo entre as partes, para evitar aumento no volume de processos na justiça.O presidente da central Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva, participou do encontro e opinou que o ministério deveria intervir e disse defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar o avanço da informalidade dentro da construção civil.