Encontro transforma líderes comunitários em agentes de desenvolvimento

12/03/2007 - 20h57

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais de 300 líderes comunitários participaram hoje (12) do último dia de treinamento para desenvolver a economia solidária em comunidades pobres. A economia solidária é feita por pequenos produtores, comerciantes e financiadores que se organizam em cooperativas e associações, por exemplo. Os lucros da produção e comercialização são divididos entre os pequenos produtores. A economia solidária pode compreender diversas atividades, como artesanato, agricultura e confecções.Os 331 agentes, em treinamento desde o último dia 8, participam da segunda fase do Projeto de Desenvolvimento Local e Economia Solidária, coordenado pelo Ministério do Trabalho. Em 2006, quando foi criado o projeto, foram treinados 252 agentes que atuam em 116 comunidades quilombolas e em 122 comunidades pobres, atendendo a mais de 32 mil trabalhadores. Com os novos agentes, outros 42 mil pequenos trabalhadores devem contar com o apoio dos agentes comunitários.O diretor do Departamento de Fomento à Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Dione Soares Manetti, afirma que os agentes, por conhecerem as demandas regionais, podem diagnosticar os problemas e as potencialidades das comunidades. "O que vínhamos percebendo é que o Estado tem uma tradição de realizar ações pensadas para as comunidades com pessoas externas às comunidades", disse Manetti."Esse projeto trabalha com um conceito diferenciado. Ele capacita e contrata pessoas da própria comunidade para que elas sejam agentes de desenvolvimento local e para essas pessoas possam fomentar a organização de empreendimentos solidários”, disse Manetti. Os agentes recebem uma bolsa de R$ 400 por mês. No treinamento, eles aprendem como formar empreendimentos solidários, sobre a relação entre produção e meio ambiente, além de conhecerem mais sobre  programas do governo de redistribuição de renda, como o Bolsa Família.O agente Henrique Porto Lusa, estudante de biologia, que participou da capacitação, considera que a economia solidária é uma alternativa contra o desemprego ou subemprego. “A economia solidária é uma forma de derrotar esse sistema em que há a exploração do homem pelo homem. Vejo a economia solidária como uma alternativa para a gente organizar nossa população para discutir os problemas gerais da nossa sociedade”, argumentou Lusa.Porto Lusa trabalha com a capacitação de 150 integrantes do Movimento de Trabalhadores Desempregados, em Caxias do Sul (RS). Os estudantes são capacitados, durante sete meses, em cursos de alimentação, confecções, artesanato e agricultura orgânica, para a criação de novos empreendimentos. O projeto é sustentado pela prefeitura municipal. Segundo Porto Lusa, depois dos estudantes participarem dos cursos, eles criarão empreendimentos que serão acompanhados por técnicos.