União de partidos para cargos na Mesa Diretora da Câmara pode ser "puro fisiologismo", diz Ciro Gomes

31/01/2007 - 15h25

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que amanhã (1º) assume o cargo na Câmara dos Deputados, comentou a decisão de partidos políticos de se unirem em três blocos para garantir maior número de cargos na Mesa Diretora da Casa. Na opinião dele, a composição não passará de "puro fisiologismo", caso os blocos compostos hoje se dissolvam logo após as eleições da mesa, marcada para esta quinta-feira.“Se há um grupo de partidos que é meio semelhante, que tem longa tradição de trabalhar junto, e agora se uniu e pretende ficar junto após a distribuição de carguinhos, pode acreditar que isso é política", disse Ciro. "Mas se houver um ajuntamento entre gato e sapato, de gente que se detesta, que não consegue se afinar em absolutamente nada, e depois da distribuição de carguinhos se dissolver, isso é pura fisiologia”.Dezessete dos vinte partidos representados na Câmara formaram hoje três blocos parlamentares para ter maioria na Casa e, com isso, controlar os cargos da Mesa Diretora. Um deles foi formado por oito partidos e conta com 273 deputados.A escolha dos cargos da Mesa Diretora depende do tamanho dos partidos ou blocos. Com a composição estabelecida, o bloco formado pelo PMDB, PT, PTB, PP, PR, PSC, PtdoB e PTC terá direito a seis cargos na Mesa. O bloco que une PSDB, PFL e PPS (153 deputados) terá direito a três cargos, enquanto o bloco composto pelo PSB, PCdoB, PDT, PAN, PMN e PHS (70 parlamentares) ficará com dois cargos. Apenas três partidos decidiram não integrar nenhum bloco: PV, PRB e Psol.