Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As empresas do setor privado da região metropolitana de São Paulo aumentaram em 5,4% as contratações de assalariados com carteira assinada, em 2006. De um total de total de 197 mil vagas criadas no ano passado, 4,3% a mais do que em 2005, 186 mil foram preenchidas por empregados com registro em carteira e apenas 11 mil ingressaram no mercado informalmente. A região metropolitana é formada por 39 municípios, além da capital. Nesse período, no entanto, houve diminuição do número de trabalhadores autônomos. Deixaram de atuar nesse regime de ocupação 81 mil pessoas, 4,6% abaixo do total de 2005. Destes, 34 mil saíram do quadro de prestador de serviços do setor público, o que representa queda de 3,3%, e 47 mil trabalhavam para empresas da iniciativa privada (-6,4%). Nesse grupo, estão incluídos 37 mil pessoas que ocupavam cargos de empregadores, empregados domésticos, donos de negócio familiar, trabalhadores que exerciam atividade em negócio da família sem remuneração e profissionais liberais.Os dados são da pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) relativa a 2006, realizada em conjunto pela Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No levantamento de dezembro último sobre dezembro de 2005, a pesquisa indicou que, de um total de 260 mil novas contratações no setor privado, 247 mil foram com carteira assinada e apenas 13 mil sem tal tipo de registro.A pesquisa mostra que, no ano passado, houve um saldo positivo de 141 mil novas vagas, 1,7% a mais do que em 2005. De acordo com o coordenador técnico da pesquisa pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, embora tenha sido o terceiro ano seguido de alta, o ritmo do aquecimento foi inferior à média de 3% dos últimos dois anos. “A explicação para o resultado que levou a uma queda na taxa de desemprego de 16,9% para 15,8% está no movimento de saída de mais pessoas do mercado, principalmente, de jovens”, observou.Foram constatadas 173 mil pessoas com idade de 10 anos ou mais na condição de inativos, ou seja, 3% acima de todo o ano de 2005. Segundo Loloian, os dois extremos da faixa etária, tanto os jovens quanto os idosos com mais de 60 anos, são os que mais têm reduzido sua participação no mercado de trabalho. No caso dos jovens, Loloian disse que isso pode ser justificado, em parte, pelos programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família, que estimula a permanência das crianças e adolescentes na escola, ou ainda pelo combate ao trabalho infantil.Além disso, a pesquisa indica que os empregadores aumentaram o nível de exigência com a criação de oportunidades mais voltadas para os trabalhadores com ensino fundamental completo ou mais tempo de estudo. “O nível de escolaridade exigido hoje é de pelo menos 8 ou mais de 11 anos de estudo”, destacou Loloian.