Ministério recebe até amanhã propostas de manejo para florestas no Pará

31/01/2007 - 14h38

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de garantir o uso sustentável de quatro florestas brasileiras situadas ao longo da BR-163, a oeste do Pará, a Diretoria de Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) recebe até amanhã (1º) as propostas de planos de manejo para as quatro áreas.As melhores serão escolhidas por licitação e terão prazo de seis meses para a elaboração de planos diretores para as seguintes florestas: Trairão (257 mil hectares); Jamanxin (1,3 milhão de hectares); Crepori (740 mil hectares); e Flona Amaná (540 mil hectares).As propostas são estudos que deverão auxiliar o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a elaborar os planos de manejo. Eles devem apresentar o levantamento da fauna do local, um inventário da vegetação, além de um levantamento socioeconômico da região e do entorno.O diretor do Programa Nacional de Florestas do MMA, Tasso Azevedo, explicou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, que os planos de manejo que o Ibama vai elaborar vão dizer como as florestas deverão ser administradas, quais áreas poderão ser exploradas de modo sustentável, quais devem ser mantidas apenas para proteção e, ainda, o potencial que as florestas têm para a produção de artigos madeireiros e não-madeireiros.“Os planos de manejo são essenciais para que você possa ter a efetiva implantação daquelas unidades de conservação dessas florestas. E essas florestas ocupam uma área expressiva, que pode produzir artigos de madeira e não-madeireiros, além de outros serviços, como ecoturismo, proteção da água, entre outros”.

De acordo com o MMA, o Distrito Florestal da BR-163 tem a capacidade de criar 100 mil empregos e gerar 200 megawatts/hora de energia, suficientes para abastecer uma população de um milhão de habitantes, ou seja, toda a população do distrito.

“A idéia é que, junto com os projetos de manejo, a gente tenha uma planta industrial para a produção de energia a partir da biomassa. Porque hoje naquela região toda a energia provém de óleo combustível, que é ruim porque prejudica o clima”, disse Azevedo.

A fiscalização da aplicação dos planos de manejo vai ser feita pelas bases do Ibama presentes nas florestas. O Serviço Florestal Brasileiro, segundo ele, fará a auditoria e a fiscalização dos contratos de concessão florestal para o uso sustentável. 

Além disso, a Lei de Gestão de Florestas, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2006, prevê que as áreas utilizadas para manejo sustentável passem por auditorias independentes, credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (InMetro). Em abril, o Serviço Florestal Brasileiro começará a utilizar um sistema de monitoramento por satélite das áreas de florestas que forem ser exploradas. “A gente vai ser capaz de detectar através das imagens de satélite as áreas de floresta exploradas, o que facilita a definição das áreas de campo que devem ser visitadas e as ações de campo que devem ser priorizadas”.