Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O nível de atividade da indústria paulista cresceu 3,1% no ano de 2006, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Em 2005, o índice apontou crescimento de 3,7%. Em dezembro de 2006 houve queda de 13,5% em relação a novembro, e queda de 3,4% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com ajuste sazonal, dezembro teve queda de 2,7%.Segundo o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, o andamento do ano de 2006 contrariou as expectativas otimistas que havia para o ano, mas não desapontou os empresários, que já estavam alertas para o desaquecimento, já que o decorrer do ano mostrava que os resultados não seriam os esperados. “Era um caminho que já vinha sendo percorrido mês a mês. Essa atividade fraca já não é um fenômeno que acontece de repente. Foi uma tendência que, do meio do ano para cá, se acentuou bastante”, explicou Tabacof. Ele disse esperar que 2007 ofereça mais condições, mas ressaltou que as exportações ainda preocupam o setor. “Esse nível de câmbio é um convite para a entrada de uma enorme massa de produtos. E não são bugigangas, porque hoje temos competição de máquinas, equipamentos, produtos de maior valor agregado entrando no Brasil”. Com isso, o país perde mercado no exterior e perde também mercado interno, enfatizou. “Muita gente está abandonando as atividades e até importando componentes”.Para este ano, a expectativa é de que o crescimento da indústria paulista fique em torno de 4%. Entretanto, Tabacof disse que é muito cedo ainda para tais previsões. “Nós ficamos escaldados para essas previsões, porque, infelizmente, elas não têm se confirmado nos últimos poucos anos”. Mesmo assim, Tabacof estima entre 3% e 3,5% o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e entre 3% e 3,4% o INA.