Comandante da PM diz que atos de violência no Rio não podem ser comparados aos de São Paulo

28/12/2006 - 20h00

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro divulgou, no final da tarde, novas informações sobre a onda de violência no estado. Mais um ônibus foi incendiado, desta vez em Niterói, mas não houve vítimas. Uma pessoa foi presa e uma granada foi apreendida no local. Três pessoas foram detidas no bairro de Brás de Pina, acusadas de atear fogo no ônibus na rodovia Washington Luis. Há também informações, ainda não confirmadas pela Secretaria de Segurança, de que outro ônibus teria sido incendiado em Nova Iguaçu.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Hudson de Aguiar, disse que os atos de violência no Rio não podem ser comparados aos que ocorreram em São Paulo, porque lá o número de atentados foi superior e houve rebeliões em diversas penitenciárias. Aguiar classificou de "monstros" os autores do incêndio no ônibus e disse que eles não merecem o respeito da sociedade.

"Quando há qualquer coisa, tem que ter uma reação, uma contra-resposta de planejamento. E nós assim o fizemos. Estamos até adotando medidas mais fortes para partir para o embate, para partir para a busca das pessoas que cometeram esses crimes hediondos, que a gente não pode aceitar. Eu peço à população que continue nos informando, porque atirar em crianças, tirar a vida de pessoas dentro de um ônibus, esse pessoal não merece o nosso respeito", afirmou.

O chefe da Polícia Civil, Ricardo Hallack, informou que foram instaurados vários inquéritos para investigar a autoria dos atentados, mas evitou falar sobre as possíveis causas da onda de violência. Ricardo Hallack destacou que mais confrontos irão ocorrer se os atos de violência continuarem nos próximos dias. "Vamos tentar evitar, principalmente mostrando a força. Qual a força? A força da Polícia, a força do Estado. Agora, se eles quiserem, mesmo assim, vir para o confronto, vamos nos confrontar com eles", acrescentou.

Hallack, assim como o secretário de Segurança Roberto Precioso, considerou eficaz a ação preventiva da polícia, já que, dos nove civis mortos, sete estavam no ônibus que foi queimado e essa ação, segundo ele, não poderia ser prevista pela Polícia.