Ataques criminosos no Rio e confrontos com a polícia matam 18 pessoas

28/12/2006 - 13h23

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os ataques criminosos no Rio de Janeiro e os confrontos entre a Polícia Militar vitimaram 18 pessoas – nove são civis, dois são policiais militares e sete são suspeitos de integrar o crime organizado, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do estado. Os nomes não foram divulgados no balanço. Também houve 22 feridos civis e policiais.Entre os principais atentados registrados, está o incêndio em um ônibus de turismo da viação Itapemirim que matou sete pessoas e feriu outras 20 pessoas. Além disso, houve ataques a delegacias, como a 28ª unidade, onde um policial militar morreu, e a uma cabine da polícia no bairro de Botafogo. Em entrevista coletiva no final da manhã, o secretário de Segurança Pública, Roberto Precioso, atribuiu os ataques criminosos à possibilidade de reestruturação da política carcerária com o novo governo. Segundo ele, a polícia já tinha informações do planejamento dos ataques e atuou, segundo o secretário, para prevenir. As ações teriam evitado que os ataques se tornassem tão graves como os que ocorreram com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), neste ano, em São Paulo."O sistema carcerário estava acomodado. Com a mudança de governo, eles temem que o sistema endureça. Então eles estão criando dificuldades para depois conseguir facilidades. Veja bem, esses ataques estão refutando as milícias e acho que é contra o Estado. O estado está possibilitando um prejuízo financeiro a essas organizações com a ação efetiva da polícia, combatendo principalmente o tráfico de entorpencente", explicou. As milícias foram denunciadas como organizações de ex-policiais que atuam ilegalmente nas favelas contra o tráfico de drogas.Precioso não identificou nenhuma facção criminosa como exclusiva organizadora dos ataques. Segundo ele, foi uma ação conjunta contra a população e o Estado. O policiamento foi reforçado, segundo a secretaria, em dez favelas das zonas Norte, Sul e Oeste. Até agora, houve confrontos com a polícia em 12 pontos da cidade. Três suspeitos foram detidos.