Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, hoje (18), que a devolução da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio à Prefeitura da cidade, encerra uma "briga desnecessária". “(Foi) uma confusão queterminou acontecendo entre o governo federal e o governo municipal naquestão da saúde, por causa de incompreensões em momentos políticosadversos”, disse ele.Lula discursou de improviso e agradeceu aosfuncionários do Hospital da Lagoa - um dos que estiveram sob intervenção no período - a compreensão que tiveram com a crise quelevou o governo a decretar estado de calamidade pública na redehospitalar da cidade.“O dado concreto que está provado cientificamentee numericamente é que, se houver consenso entre os governantes, os entesfederativos vão funcionar com muita harmonia, e quem ganha com essaharmonia é o povo da cidade e do estado”, afirmou Lula. O presidente disse, ainda, que a eleição do senadorSérgio Cabral (PMDB) representa a possibilidade concreta de que passe a existir essa harmonia. A atual governadora do Rio é Rosinha Garotinho (PMDB). Ela e o marido, o ex-governador Anthony Garotinho, apoiaram, na campanha presidencial deste ano, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), adversário de Lula. Cabral apoiou o petista no segundo turno. “Se depender do governo federal nós nunca mais vamoster crise de saúde no Rio de Janeiro", disse o presidente. "Quero dizer isso na frente devocês porque, muitas vezes, as coisas acontecem repentinamente, e agente é pego de surpresa no uma notícia no jornal.“Lula afirmou que, na época da crise no Rio, determinou pessoalmente que fossem tomadas medidas para reverter a situação. “Na época, chameio (ex-)ministro Humberto Costa (Saúde), de tanto que via na televisão pessoasdormindo nos corredores, pessoas tratadas nos corredores e pessoaschorando", contou. "Eu disse: Humberto, é necessário que se criem no Rio algunscentros de emergência. Não é possível que a gente fique sabendo dascoisas quando elas são ruins.”Para o município voltar a ter poder de gestão sobreo SUS, o presidente da República revogou o artigo 4º do decreto 5.392de março de 2005, que transferiu administração do sistema para ogoverno estadual. Na ocasião, o governo federal requisitou seishospitais: os municipais Miguel Couto e Souza Aguiar e quatromunicipalizados em 1999 - Andaraí, Jacarepaguá, Ipanema e Lagoa.