Ameaçados de despejo, Krahô-Kanela pedem pressa em desapropriação de terra

18/11/2006 - 23h25

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes da comunidade indígena Krahô-Kanela estarão em Brasília apartir de amanhã (20) para pressionar as autoridades do governo aconcluir o processo de desapropriação de uma área a ser destinada a eles, no estado do Tocantins. A comunidade corresponde a cerca de 200 a 300 pessoas, segundo o Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à Igreja Católica.O primeiroencontro dos três representantes dos índios será com o senadorPaulo Paim (PT-RS), que, desde 2005, vem acompanhando a luta dos Krahô-Kanela. Segundo a assessoria de imprensa do Cimi, há três meses, os presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assinaram uma portaria conjunta para a desapropriação de duas fazendas, área a ser destinada aos Krahô-Kanela. A desapropriação, porém, segundo o Cimi, ainda está em tramitação no governo. Com a assinatura da portaria inicial, os proprietários dasterras haviam concordado com a cessão das terras e deixaram os indígenas aocupar parte da área, provisoriamente. Na semana passada, osproprietários comunicaram aos Krahô-Kanela que, com a demora na tramitação,eles pretendem entrar com ação de reintegração de posse, solicitando à Justiça aretirada dos indígenas da terra.A área a serdesapropriada tem sete mil hectares, no município de Lagoada Confusão (TO). Depois de três décadas de peregrinação, os Krahô-Kanela viveram, desde 2001, em uma casa construídasobre o antigo lixão da cidade de Gurupi, segundo a assessoria do Cimi.