Documento mostra falhas em tratamento e distribuição de remédios a doentes de beribéri

18/11/2006 - 17h13

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - O levantamento feito pelo relator nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural, Flávio Valente, para investigar as mortes por beribéri na região oeste do Maranhão aponta que algumas famílias não foram diagnosticadas corretamente e também não receberam medicamentos. A doença é causada pela falta de vitamina B1 no organismo. “Desde julho existem problemas no fornecimento de medicamentos na região, e sem o devido tratamento, os sintomas voltam e as seqüelas podem se tornar permanentes”, diz Valente.Ele destaca que muitas famílias são de baixa renda e não têm condições de comprar os remédios, que custam em média R$ 1 por comprimido. Para o tratamento, é necessário tomar um comprimido por dia.Questionado pela falta de medicamentos na região, o chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna, disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) é descentralizado e que a execução das ações cabe a estados e municípios. “O nível de execução e resolução desses problemas é de competência municipal e depois estadual. O Ministério da Saúde presta assessoria técnica e fornece normas, diretrizes e financiamento das ações, mas não executamos diretamente. A resolução do problema tem que se dar dentro do estado do Maranhão e de seus municípios” acrescentou.Luna disse considerar a situação um “fato trágico”.  “O setor dos direitos humanos deve investigar, se posicionar e pressionar para que soluções sejam tomadas”.Procurada pela reportagem, a secretaria estadual de saúde do estado não se manifestou sobre comentar o caso.