Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que recebeu a indicaçãodo brasileiro Luiz Carlos Costa como Representante Especial Alterno das NaçõesUnidas no Haiti. Ele deve ocupar a função ainda hoje, em substituição aoembaixador guatemalteco, Edmundo Mulet-Lesieur.Funcionário de carreira da Organização das Nações Unidas (ONU), com atuaçãoem missões de paz na Libéria e em Kosovo, Luiz Carlos Costa fopi nomeadopor indicação direta do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Ele destacou a“experiência” do brasileiro para o comando da Minustah, sigla em inglês paraMissão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti.Além de “credenciais em relevantes funções”, Kofi Annan também o fato de oBrasil manter-se empenhado em contribuir para a segurança, o fortalecimentoinstitucional e a reconstrução sócio-econômica daquele país caribenho. Há doisanos e meio, quando foi instalada a força de paz, o Haiti vivia situaçãode profunda instabilidade.Desde então, o Brasil mantém presença constante naquele país, no comando dasforças internacionais, animado pelo sentimento de solidariedade regional e deafinidades cultural e étnica. A solidariedade também justificou o envio detropas pela Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Equador, Paraguai, Guatemala e ElSalvador, dentre outros.Ao atender o chamado da ONU para comandar a força de paz composta por 7.500soldados, dos quais 1.200 brasileiros, a diplomacia brasileira entendeu que asituação do Haiti não se resumia à restauração da segurança pública, uma vezque a origem da crise residia na pobreza, na injustiça social e na debilitaçãodas estruturas do Estado, de acordo com diagnóstico do Itamaraty.O chanceler Celso Amorim disse à época que era imperativo retomar o processodemocrático, com a realização de eleições gerais, livres e transparentes. Emfevereiro deste ano, a população haitiana elegeu o ex-presidente René Préval,em resposta ao diálogo político para promover a reconciliação nacional.Simultaneamente, foram realizadas eleições legislativas, com vistas a fortaleceras instituições representativas da população.Desde o início de 2004 à frente do comando de paz, oBrasil tem procurado estabelecer pontes com os demais países da América Latinae do Caribe para maior cooperação com o Haiti. Também desenvolveu intensacampanha internacional pela obtenção de fundos para a retomada dodesenvolvimento daquele país, apesar das carências sociais do Brasil.